Em tratamento paliativo, paciente recebe visita dos netos em hospital do interior do Ceará
A mulher passa por cuidados paliativos devido a um câncer avançado e pediu que autorizassem a visita dos netos de 2 e 7 anos de idade
07:49 | Out. 19, 2023
Em tratamento paliativo devido a um câncer avançado, a agricultora Vera Lúcia recebeu a visita dos netos no último dia 10 de outubro, no Hospital Regional do Vale do Jaguaribe, em Limoeiro do Norte, município a 202 km de Fortaleza. Enzo Gabriel, 7, e Maria Alícia, 2, puderam visitar a avó que está internada.
Por causa da idade das crianças e os perigos à saúde do ambiente hospitalar, a visita havia sido, inicialmente, proibida pelos profissionais do hospital. No entanto, diante dos muitos pedidos da paciente para ver os netos, a equipe decidiu levá-la a um local seguro dentro da unidade.
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O encontro então foi realizado no primeiro andar do hospital, onde, além dos netos, Vera Lúcia contemplou a paisagem externa à unidade hospitalar.
Assim que chegaram, as crianças receberam todo um preparo psicológico para a visita com a avó. A equipe do hospital montou um universo lúdico, onde a roupa de proteção era uma capa de super heroi e as luvas eram mãos mágicas.
“Foi um momento muito emocionante, marcante para os profissionais. Confesso que foi um momento que para além de marcar uma determinada ação profissional, vai ser algo que vai marcar a minha vida, que eu vou guardar tanto na minha memória quanto no meu coração”, conta a assistente social do HRVJ, Dávila Rodrigues.
Encontro era um desejo também das crianças
O esposo de Vera Lúcia, o pedreiro José Roberto, 55, conta que o encontro era um anseio não só dela, mas também das crianças, que desde muito cedo são apegadas ao casal. "Eles foram praticamente criados mais nós, né? Desde quando nasceram, eram do nosso lado. Ela quer um bem 'medonho' aos dois", conta.
Antes de irem ao hospital, as crianças tomaram ciência sobre o quadro delicado da avó e os cuidados que deveriam ter durante a visita. No entanto, os avisos foram em parte superados pela emoção, principalmente por Maria Alícia, que se empolgou ao ver a avó.
"Para mim foi muita emoção. A ver um negócio daqueles, né? Quando ela [Maria Alícia] viu a cama, ela já soltou a mão da profissional e fez carreira gritando 'vovó'. Já o menino, como entende mais, foi um pouco mais triste, está vendo o que está se passando. Ela não, né? Ela queria saber de ver a avó, não importa de que jeito era", lembra o pedreiro.
Ações fazem parte do acompanhamento no hospital
Assim como no caso de Vera Lúcia, o HRVJ informa buscar a humanização no trato com os pacientes internados e as famílias. Passeios terapêuticos e outros cuidados fazem parte da rotina para proporcionar conforto mental e físico.
Com dona Vera Lúcia, foi assim. "Durante sua avaliação, o fisioterapeuta resolveu levar a paciente ao passeio terapêutico como uma atividade conjunta. Tudo foi planejado entre a equipe de fisioterapia, fonoaudiologia, enfermagem, psicologia e serviço social”, destaca o coordenador de Fisioterapia da unidade, Roni Rodrigues, em nota divulgada pelo HRVJ.