Incêndios em vegetação no Ceará aumentam no segundo semestre
Fator climático e causa humana estão associados a esse aumento. De janeiro a setembro, os três primeiros meses do segundo semestre concentram 97% dos incêndios em vegetação registrados em 2023No primeiro semestre de 2023, entre os meses de janeiro a junho, foram registrados 559 incêndios em vegetação, segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE). Na metade do segundo semestre, nos meses de julho, agosto e setembro, foram 3.599 casos. Uma diferença de mais de três mil casos, o que representa um aumento de mais de 500%.
Ao todo, foram registrados 4.118 incêndios em vegetação neste ano, entre janeiro a setembro. O primeiro semestre deste ano representa 13% dos casos, enquanto o segundo, 97%.
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Conforme o CBMCE, observando os casos de incêndios em vegetação dos anos anteriores, número de incidência no segundo semestre é de oito a dez vezes maior do que no primeiro semestre.
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Nos últimos dias, houve registro de incêndio em vegetação no município de Aquiraz, em área de preservação ambiental situada no Porto das Dunas. O CBMCE ainda não disponibiliza os dados deste mês, mas, no ano passado, foram registrados 1.413 incêndios a vegetação somente em outubro.
Major Juliany Freire, porta-voz do Corpo de Bombeiros, aponta que outubro é sempre o campeão dos registros de incêndios a vegetação no ano. Em 2022, foram 232 casos no primeiro semestre e 4.982 no segundo semestre.
Em 2021, foram 1.321 registros de incêndios em vegetação no primeiro semestre e 5.430 no segundo semestre. Em 2020, foram 7.125 casos, sendo que 6.813 casos foram registrados somente no segundo semestre, com 6.813 casos.
Fator climático e ação humana são causas de aumento de incêndios a vegetação
O fator climático é preponderante para a ocorrência de incêndios a vegetação no segundo semestre, pois o tempo está mais seco e não há incidência de chuvas. No primeiro semestre, é difícil um incêndio se propagar devido às chuvas, conforme a major Juliany Freire.
No entanto, independente do fator clímático, a principal causa que vai iniciar esse tipo de ocorrência ainda é humana. "É um incêndio que pode ser evitado. A gente orienta às pessoas que evitem as queimadas em terrenos, seja para limpar o terreno, seja porque na área próxima há terreno baldio onde se tem lixo", aponta ela.
Quando acontece a prática da queimada, por causa do fator climático, um incêndio pequeno acaba se alastrando e tomando conta da vegetação no entorno, podendo atingir edificações e instalações elétricas. Quando os incêndios ocorrem ao lado das estradas, há risco de acidentes, pois a fumaça atrapalha na visibilidade dos motoristas.
Segundo o Corpo de Bombeiros, os incêndios, dependendo da área, podem tomar extensão muito grande em regiões de difícil acesso. Além disso, é um tipo de incêndio que tem a característica de um combate mais lento, que pode durar por dias ou semanas.
Crime ambiental
Incêndiar vegetação é crime ambiental, conforme a Lei nº 9.605. Provocar incêndio em mata ou floresta pode gerar detenção de dois a quatro anos e multa, caso o incêndio seja em área rural. Quando ocorre em área urbana, o crime pode gerar reclusão de dois a seis anos e multa.
A pena pode ser aumentada caso o fogo resulte em danos à flora, à fauna, aos recursos hídricos ou à saúde humana.
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