Plano Nacional de Imunização celebra 50 anos em luta pela confiança na vacinação no Brasil
Campanha de Multivacinação será aplicada em todo o Ceará voltado para crianças e adolescentes de zero a 14 anosEm 2023, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) celebra 50 anos de existência. A iniciativa se configura como um dos pilares na prevenção e erradicação de diversas doenças, como a poliomielite, devido às ações de vacinação em larga escala em todo o território brasileiro. Atualmente, contudo, em consequência a fatores como a desinformação e baixa percepção de risco, o País tem apresentado uma queda brusca na adesão de diversas vacinas.
Na manhã desta segunda-feira, 18, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realizou evento em celebração às conquistas da imunização na saúde pública, bem como a divulgação de ações de fortalecimento da vacinação no Estado. Realizada na Escola de Saúde Pública do Estado (ESP/CE), a cerimônia ocorreu em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
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Na ocasião, esteve presente a secretária de Saúde do Ceará, Tânia Mara Silva Coelho. Segundo ela, os 50 anos de PNI é, acima de tudo, um momento de reflexão. “Estamos passando por um movimento de hesitação vacinal. Temos que estimular as pessoas a confiar novamente na vacinação, conscientizar os pais a atualizar o cartão de vacinação de seus filhos e, para isso, precisamos levar a vacina para perto da população”, comentou.
Segundo levantamento do Ministério da Saúde divulgado em 2022, os índices de cobertura vacinal, que chegaram a 97% em 2015, caíram a 75% em 2020 - índice alcançado originalmente em 1987. As maiores quedas dizem respeito às vacinas para a BCG (38,8%) e a Hepatite A (32,1%), entre 2015 e 2021. Isso coloca o País em alerta para o perigo do retorno de doenças evitáveis.
De acordo com a secretária, apesar do Ceará ser o sexto estado que mais vacina no país, ainda são necessárias ações de fortalecimento de imunização. “Temos que reforçar que, além da vacina da Covid-19, as pessoas devem voltar a se imunizar com as vacinas que nós já tínhamos, como a da influenza e do sarampo”, comenta Tânia Mara.
O que é o PNI
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é uma iniciativa do governo brasileiro, que existe desde 1973, e tem como principal objetivo promover a vacinação em massa da população brasileira. O PNI é coordenado pelo Ministério da Saúde do Brasil e é responsável por planejar, organizar e executar campanhas de vacinação em todo o país, visando prevenir doenças e controlar surtos de doenças infecciosas.
O PNI tem sido fundamental na redução da incidência de diversas doenças infecciosas no Brasil, como poliomielite, sarampo, rubéola, difteria, entre outras. Além disso, desempenha um papel crucial na prevenção de doenças graves, como a Covid-19, por meio da vacinação em massa.
Atualmente, de acordo com o Ministério da Saude, 48 imunobiológicos são distribuídos anualmente pelo PNI (vacinas, imunobiológicos especiais, soros e imunoglobulinas), sendo 20 vacinas oferecidas às crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes conforme o Calendário Nacional de Vacinação.
Campanha de Multivacinação
Durante evento na Escola de Saúde Pública do Estado, foi oficializada a Campanha de Multivacinação, que será voltada para a imunização de crianças e adolescentes de zero a 14 anos. A expectativa é que a ação comece a ser aplicada dentro de escolas.
“É inegável o papel do PNI na melhoria das coberturas dos vacinais, mas é principalmente na infância que ele mostra sua maior eficácia. Toda a Saúde depende da criança ser imunizada, estar protegida contra doenças”, comentou Metilde Ferreira, consultora de Saúde e Primeira Infância do Selo Unicef.
As ações ocorrem a partir do dia 30 de setembro nos municípios, com lançamento oficial no dia 2 de outubro em todo o Ceará. No dia 7 do mesmo mês, ainda ocorrerá o dia D da vacinação, um sábado onde acontecerá grande ação de imunização no Estado. A campanha seguirá até o dia 14 de outubro.
O Governo do Ceará coordena a ação e, para isso, realizou processos de capacitação com os 184 municípios. Com o repasse de recursos financeiros para as cidades, a ação é realizada de forma autônoma, com base nas particularidades de cada local.
“Nós chamamos essa estratégia de microplanejamento. Nós buscamos desenvolver um planejamento de base local em que, ao invés de contar doses, sermos capazes de mapear e encontrar aqueles indivíduos que necessitam da atualização do seu cartão, com base nos sistemas de informação locais”, explica o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antonio Lima Neto (Tanta).