Eudoro Santana diz que governo Camilo discutiu a retirada do mausoléu Castelo Branco
Embora tenha sido estudado, projeto não foi executado no governo de Camilo Santana, conforme Eudoro, presidente do PSB CearáA retirada do mausoléu Castelo Branco, que homenageia o primeiro presidente da ditadura militar, do Palácio da Abolição chegou a ser estudada durante a gestão de Camilo Santana (PT) no Governo do Estado (de 2015 a 2022). Eudoro Santana, presidente do PSB Ceará e pai de Camilo, atual ministro da Educação, afirma que é preciso explicar para a população que não se trata de "destruir" a obra, mas do fato político de homenagear um representante da ditadura.
Entidades cearenses apoiam a retirada do mausoléu de Castelo Branco do Palácio da Abolição
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"Estou do lado do Elmano, acho que ele foi corajoso. Acho que ele vai refletir sobre como será feito sem querer destruir a História porque a História não se destrói", afirmou Eudoro, que foi preso e torturado durante o período antidemocrático, nesta segunda-feira, 4, no episódio #251 do Jogo Político do O POVO.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), anunciou na última quinta-feira, 31, que o mausoléu Castelo Branco não ficará mais no complexo arquitetônico do Palácio da Abolição, sede do Governo Estadual. Obra deve ser substituída por um monumento aos abolicionistas do Estado.
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O político afirmou que foi incentivado a trabalhar o tema durante o governo de Camilo. "Foi feita uma pesquisa. À época, a população em grande parte não concordava. Mas também a pesquisa foi malfeita, acho que como essa hoje. Como se fosse quebrar, destruir uma obra. As pessoas, quando veem essa fala, têm uma visão equivocada. Isso não teve condições de ser desenvolvido", disse.
"Eu chorei, era estudante de engenharia, quando eu vi destruída a imagem de Juscelino Kubitschek lá no açude Orós. A ditadura destruiu a imagem dele. Eu acho que a História tem um tempo e tem marcos. Ninguém vai nunca desmanchar o que aconteceu. Isso é uma reflexão que precisa ser feita", defendeu.
Eudoro disse que a fala em homenagem aos anistiados feita pelo atual governador foi "corajosa, importante". Ele alertou que "isso precisa ser muito bem trabalhado para explicar para a população". Na perspectiva do presidente do PSB Ceará, Elmano "é uma pessoa muito tranquila nesse ponto, vai ouvir".
"Como também era o meu desejo quando o Camilo era governador. Porque é um símbolo da ditadura. A ditadura passou. Eu fui torturado, eu sei o que é a ditadura. Isso é um ato que o Camilo refletiu muito sobre isso e tomou a decisão de não executar", explicou.