Regata de Jangadas lota a praia da Caponga neste domingo, 3; veja fotos
A 26ª edição da competição das embarcações mais tradicionais do Nordeste encerrou o terceiro dia de atividades esportivas e foi responsável por momentos emocionantes nas areias do município de CascavelUma final digna de Olimpíada. Assim foi a chegada da jangada Davi à praia da Caponga, em Cascavel, distante 63 km de Fortaleza, após um trajeto de 11,5 km percorridos em pouco mais de 1h30 de prova.
O público esperou a chegada dos tripulantes na beira do mar e, de tanto não se conterem de felicidade, eles já dançavam e pulavam antes mesmo de aportarem.
Veja o momento da chegada da 1ª bateria da regata:
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Em terra firme, a reação do pescador João Paulo Rodrigues Lima, da colônia de pescadores do Mucuripe, em Fortaleza, foi a de abraçar a esposa e o filho adolescente que chorava de emoção.
João Paulo foi o mestre, o responsável pelo remo que dá direção à jangada, e junto a mais três homens, que assumiram funções como a de “aguador” (que molha a vela com um pequeno balde acoplado a uma vara para que a velocidade aumente), eles festejaram a conquista e o direito de levar para casa o prêmio de R$ 3 mil.
Mesmo com uma premiação em dinheiro bem-vinda, a regata é, para os jangadeiros, mais como um momento de diversão.
“Não tenho nem palavras para dizer o que significa estar aqui. A regata é a confraternização do pescador”, disse, com os olhos marejados Francisco de Assis Filho, de 53 anos, conhecido na Caponga como Fantiquinho, tricampeão do torneio e o vencedor da edição anterior.
Contrastando com a experiência de Fantiquinho, o jovem Ryan Silva, de 19 anos, era só ansiedade antes da largada. Recém-aprovado pela Marinha para a função de pescador profissional, Ryan era o mais jovem entre os competidores.
“Como esta é a minha primeira regata, tenho como meta chegar pelo menos entre os cinco primeiros colocados”, projetou, ambicioso. Ele esperava se destacar entre os 15 competidores de sua bateria. Ryan, de fato, chegou em quinto lugar, como tripulante da embarcação Henrique. A jangada vencedora da segunda bateria foi a Maná IV, de Orós.
A regata da Caponga estava paralisada havia quase dez anos, de acordo com Mamede Rebouças, diretor da Associação dos Empreendedores de Turismo, Artesanato e Cultura de Cascavel (Assetuc), entidade realizadora do evento. A disputa teve patrocínio do refrigerante Sprite, o apoio institucional da Secretaria do Esporte do Ceará, da Colônia de Pescadores Z10 (Caponga) e da Prefeitura Municipal de Cascavel.
“Não havia continuidade na regata, o que era motivo de muito descontentamento entre os pescadores. A 25ª edição havia acontecido em 2014, e até a 26ª ser realizada em 2023, se passaram nove anos”, lembrou Mamede. “A intenção desta regata é relembrar a tradição aliada ao esporte e ao turismo”.
Tiago Ribeiro, prefeito de Cascavel (PT), destacou o fato de o evento unir gerações por meio da cultura e do esporte. “O evento ‘Praia Esportiva’ é um ótimo exemplo de como a parceria entre o público e o privado pode dar muito certo. Às vezes é possível fazer um ótimo evento com pouco investimento, basta que os recursos sejam bem aplicados”, afirma.
“Esta foi uma iniciativa louvável de uma associação que representa o turismo na Caponga e que levou, nesses três dias, diversas apresentações culturais para a comunidade”, completou.
Veja mais fotos da 26ª Regata de Jangadas da Caponga: