Alunos da rede pública são premiados em festival que inspira arte e cultura no Ceará

Com tema cultura afro-brasileira e educação antirracista, os estudantes realizaram apresentações de teatro, música, dança e cinema. As produções foram as finalista do VII Festival "Alunos que Inspiram"

Nesta quinta-feira, 31, foi realizado o encerramento do VII Festival "Alunos que Inspiram" promovido pela Secretaria de Educação do Ceará (Seduc) em parceria com a Fundação Demócrito Rocha (FDR). O evento premiou alunos da rede pública que foram finalistas no festival, que buscou inspirar arte e cultura entre os estudantes através de tema de interesse social. A premiação ocorreu no Theatro Via Sul Fortaleza, na Capital.

Na edição deste ano, o festival abordou o tema “a cultura afro-brasileira e sua contribuição para uma educação antirracista”. O encerramento do projeto contou com três dos melhores trabalhos em cada uma das 15 categorias de expressões artísticas, entre elas dança, teatro, música, cinema, exposição fotográfica e criação literária, como poemas, contos e cordéis.

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O festival contou com três fases: a escolar, regional e estadual, e buscou envolver a juventude da rede pública estadual em práticas culturais que abordassem os desafios de viver a multiplicidade das identidades, valorizando aspectos da cultura do povo negro — africano e afro-brasileiro, como a memória, a história e os saberes, trazidos desde o Brasil Colônia.

A secretária de Educação do Ceará, Eliana Estrela, destacou que o festival é uma iniciativa importante para inspirar produções artísticas e construir um ambiente escolar com mais respeito. “Todas as expressões contribuiram para uma escola antirracista, de mais respeito, solidariedade, amor. Esse festival tem uma importância muito grande, onde reunimos a cultura, arte, o conhecimento. A nossa juventude se envolve bastante para que isso aconteça da melhor forma”, comenta.

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Ainda segundo a titular da Seduc, a escolha do tema desta edição vai muito mais além do evento. “Uma pauta que não deve ser apenas de dias, mas que deve estar no nosso cotidiano. Nós precisamos cada vez mais respeitar o outro e para isso nós precisamos combater qualquer tipo de violência”, destaca.

Para o gerente-geral da Fundação Demócrito Rocha (FDR), Marcos Tardin, o encerramento do festival é uma das partes mais emocionantes do projeto e conhecida como o ponto alto do festival. Tardin comenta que é possível ver os trabalhos dos alunos em várias linguagens atrelando à temática deste ano.

“É muito importante e necessário trazer a questão racial, que esse é o foco. Além disso, o tema tem o poder de empoderar os alunos. Isso é uma motivação muito grande para eles se afirmarem e se expressar de várias maneiras”, pontua.

O coordenador de projetos e membro do Conselho Curador da Fundação Demócrito Rocha (FDR), Raymundo Netto, destaca que o projeto é significativo para além do reconhecimento dos talentos dos estudantes. De acordo com ele, o instrumento também foi criado para evitar a evasão dos alunos no terceiro ano do ensino médio.

“Às vezes, o aluno fica na escola, muitas vezes, porque não quer fazer o Enem, mas sim porque ele está no grupo de teatro ou em outras atividades. Além disso, isso contribui para aumentar a autoestima do estudante, o que também ajuda para evitar a evasão escolar”, informa.

Para a estudante Letícia Maia, 16, uma das finalistas do projeto, o festival ajudou ela a entender a importância do combate ao racismo por meio da arte. "Foi muito bom poder pensar, criar e participar de assunto importante. É meu último", disse.

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Antes da final, o Festival passou pelas fases escolar, regional e estadual. A primeira etapa foi organizada pelas próprias escolas, que indicaram os trabalhos selecionados para o momento seguinte.

A fase regional ficou sob responsabilidade de cada Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) e Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor), que elegeram as produções que deveriam seguir para a fase subsequente.

Na etapa estadual, coordenado pela Seduc, foram escolhidas as três melhores obras de cada categoria, que foram igualmente premiadas, sem a realização de ranqueamento. Para cada expressão artística, foi contemplado um artista com deficiência.

Ao todo, foram premiados 103 estudantes, de 40 escolas da rede estadual de ensino do Ceará. Os alunos finalistas receberam troféu e medalha simbólica. Também como parte da premiação, os estudantes vão receber livros da Fundação Demócrito Rocha e cursos da Universidade Aberta do Nordeste (Uane).

O encerramento do festival contou com a participação da titular da Seduc, Eliana Estrela, da secretária da Juventude do Ceará, Adelita Monteiro, do secretário executivo de Equidade e Direitos Humanos, Helder Nogueira, e de demais representantes da educação no Estado.

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