Homem que seria novo chefe-mor de facção no Ceará vira réu
José Mário Pires Magalhães, o "ZM", estaria escondido na Rocinha, no Rio de JaneiroA Justiça recebeu, nessa quinta-feira, 17, denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE) contra José Mário Pires Magalhães, conhecido como ZM ou Flamengo, de 37 anos, apontado como a maior liderança da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Ceará.
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José Mário foi apontado como chefe do CV após investigação da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Em áudio encontrado em seu celular, um integrante da facção, que foi preso, afirma que ZM era o "número um" da facção.
A afirmação foi feita em março de 2022 no contexto de uma contenda que ele teve com um outro integrante da organização criminosa, que teria tomado uma pistola dele.
Ao levar a situação para o Conselho Permanente, o homem diz que José Mário mandou “soltar” o acusado, pois este seria o seu afilhado. Dois dias depois, conforme o áudio, esse afilhado teria sido morto em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.
A Draco também fez um resgate histórico da trajetória criminosa de José Mário. Em 2019, no auto de prisão em flagrante de um homem preso por porte ilegal de arma de fogo, um policial militar aparece dizendo que o autuado era enteado de ZM e que este seria o chefe do CV em Canindé, a 117 quilômetros da Capital.
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Já em 2021, outro homem autuado em flagrante descreve ZM como "um dos maiores líderes do Comando Vermelho" no Estado. No mesmo ano, um suspeito de integrar o CV afirmou que José Mário havia chamado-o em 2018 para compor o "conselho" do CV no Estado.
A denúncia, feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), ainda traz um “salve” da facção Massa Carcerária que cita ZM como chefe do CV no Estado ao lado de Max Miliano e Douglas Honorato Alves, o DG.
José Mário é procurado pela Polícia, existindo contra ele mandado de prisão em aberto. A denúncia do MPCE afirma que existe a suspeita de que ZM está escondido na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ).
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Acusado de duplo homicídio em Caridade
José Mario ainda é réu por um duplo homicídio ocorrido em Caridade, no Sertão de Canindé, em junho de 2020. Maxuel Soares Gomes e Francisco Henrique Eglesias Silva Sales foram mortos a tiros em um cemitério da localidade de Ipueiras dos Gomes após um enterro.
Conforme testemunhas, ele teria sido um dos executores do crime enquanto parte de um grupo que invadiu o cemitério. Os executores estavam com máscaras, mas, no caso de José Mário, a máscara caiu e ele pode ser identificado.
"Consta do procedimento policial que a motivação do crime seria o conflito entre facções rivais, sendo o denunciado líder da facção Comando Vermelho na cidade de Canindé, atraindo assim a aplicação da qualificadora do motivo fútil", afirmou o MPCE na denúncia do crime.