Morre Régis Feitosa, cearense que perdeu três filhos para o câncer

No início deste ano, ele havia sido diagnosticado com a doença mieloma múltiplo, em que as células se multiplicam rapidamente e tornam-se cancerígenas

19:21 | Ago. 13, 2023

Por: Fabiana Melo
Regis Feitosa morreu neste domingo, 13 (foto: AURÉLIO ALVES)

O cearense Régis Feitosa Mota, 53 anos de idade, que perdeu os três filhos para o câncer em um intervalo de apenas quatro anos, morreu neste domingo, 13. O corretor de imóveis era um influencer de resistência e de luta pela vida para os seus seguidores.

No início deste ano, ele havia sido diagnosticado com a doença mieloma múltiplo, em que as células se multiplicam rapidamente e tornam-se cancerígenas. 

Desde 2016, esta foi a terceira vez que o câncer havia sido detectado em Régis Feitosa. Isso porque ele era portador da síndrome de Li-Fraumeni, condição hereditária que aumenta em até 90% as chances de desenvolvimento de tumores no corpo até os 70 anos.

A morte dos filhos

Beatriz era filha caçula de Régis, mas faleceu em 2018, com 10 anos, quando foi diagnosticada com leucemia linfoide aguda. Ela ainda chegou a passar por um transplante de medula, porém, meses depois, a doença voltou.

Já o outro filho foi Pedro, de 22 anos. O jovem teve cinco episódios de câncer, mas, em 2020, descobriu um tumor no cérebro e faleceu.

A perda mais recente de Régis foi Anna Carolina, de 25 anos. Na infância, ela lutou contra a leucemia e resistiu. No entanto, em 2021, descobriu um tumor no cérebro. Em novembro de 2022, Anna Carolina faleceu.

Ao todo, ele e os filhos receberam 12 diagnósticos para a doença.

O que é a síndrome de Li-Fraumeni?

A síndrome de Li-Fraumeni é uma doença hereditária de predisposição ao câncer. Dessa forma, as pessoas diagnosticadas possuem um risco muito maior de desenvolver diversos tipos de câncer, independente da idade. 

A doença ocorre devido a uma alteração no gene TP53, um gene supressor tumoral. Porém, vale ressaltar que a doença por si só não provoca sintomas. Além disso, não tem tratamento. 

Por se tratar de uma doença hereditária, é comum que ocorra em várias pessoas da mesma família. Quando alguém com a síndrome tem um filho, há 50% de risco desse filho também nascer com a condição.