Cearense aliciava mães a abusarem dos filhos e divulgava imagens na Dark Web

Mandados de prisão contra seis mães em Fortaleza, Maranguape, Juazeiro do Norte, no Ceará, além de Belfort Roxo, no Rio de Janeiro, foram cumpridos

Operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta segunda-feira, 31, cumpriu seis mandados de prisão no Ceará contra mães suspeitas de abusarem sexualmente dos próprios filhos. Os crimes eram filmados, e as imagens publicadas na DarkWeb. Um cearense de 30 anos, graduado em Psicologia e residente de Fortaleza, é apontado como o aliciador dessas mães. Ele está preso desde dezembro de 2022.

Ainda foram cumpridos mais seis mandados de busca e apreensão contra essas genitoras, uma medida para afastamento do lar e outro mandado de prisão contra o psicólogo. 

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As ações criminosas eram realizadas por meio do cearense que induzia as mulheres a realizarem os crimes. Ele usava as imagens e as publicava na DarkWeb, conforme a PF. Ele chamava essas mulheres de "Pedomon" ou "pedowoman".

De acordo com a delegada Luciana Carvalho Mota, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, as investigações começaram no ano passado depois que um homem abriu um fórum com um "tutorial" para abordar mulheres, mães de crianças, e fazer com que essas genitoras abusassem dos próprios filhos e compartilhassem imagens.

A partir da força-tarefa da Polícia Federal, que usa técnicas de investigação cibernética e tecnologia, os agentes identificaram uma mãe na Bahia. O homem suspeito de ser o mentor dessas ações criminosas foi então identificado.

Ele está preso desde dezembro do ano passado, quando foi alvo da operação "Psiquê Sombria". Com ele, na época, foram identificados mais de 12 mil arquivos com diálogos dele com outras mulheres, que eram cooptadas para os abusos sexuais.

Nesta segunda-feira, 31,  seis dessas mulheres foram alvos da operação "Anêmona", deflagrada pela PF.  Elas são residentes de Fortaleza, Maranguape, Juazeiro do Norte, no Ceará, e Belford Roxo, no Rio de Janeiro.

Mães serão indiciadas por estupro de vulnerável

Todas serão indiciadas pela prática de estupro de vulnerável, satisfação de lascívia mediante a presença de criança ou de adolescente e crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). São crimes com penas de até 45 anos de prisão.

Conforme a Polícia Federal, houve ainda o apoio do Conselho Tutelar 2 e 4 de Fortaleza e de Juazeiro do Norte, além do Conselho Tutelar de Maranguape.

Cearense buscava mães pela internet

A investigação da PF aponta que o cearense procurava as mulheres em grupos de conteúdos sexuais. A partir desse contato, por grupos de Telegram, outras vezes por meio do aplicativo de relacionamento Tinder, ele iniciava conversas e verificava se eram mães de crianças pequenas.

A partir disso, o homem passava semanas em contato com as genitoras. A PF encontrou pelo menos 24 contatos de mães, mas muitas recusavam a prática criminosa. 

Conforme a PF, a maioria dessas ações não envolvia extorsão ou pagamento em valores, apenas uma das mulheres que é alvo de operação recebia dinheiro para praticar os crimes, mas ela quem pedia os valores.

O nome da ação, "Anêmona", faz referência a anêmona-do-mar, animal que tem como característica não cuidar de seus filhotes.

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