Entenda como surgiu o Dia dos Avós, uma data que celebra quem ama duas vezes

Neste dia 26, celebra-se o dia de avós. Entenda como a data surgiu, a importância dessa relação afetiva e ainda, conhecer a história de quem convive todos os dias com essa figura familiar

A personificação do amor, de cuidado e carinho pertence a aqueles que nos ensinam que o amor não tem medida ou limites. Os avós, para muitos, são porto seguro, calmaria, paz e afeto sem medida. Neste dia 26 de julho, comemora-se o dia dos avós e da pessoa idosa, como forma de homenagear aqueles que se entregam de alma e coração aos netos sem nada esperar em troca.

A data surgiu de uma celebração dos cristãos católicos, que comemoram Ana e Joaquim, pais de Maria e os avós de Jesus Cristo. De acordo com o padre Rafhael Sousa, da Arquidiocese de Fortaleza, a comemoração foi um desejo do papa Paulo VI, logo após o concílio Vaticano II. Atualmente, o papa Francisco acrescentou que dia 26 de julho é, além do dia dos avós, o dia da pessoa idosa.

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“A ideia dos dois papas foi sempre aquela de valorização dos idosos como aqueles que, a partir de suas experiências de vida podem e devem ajudar as novas gerações a cultivarem os valores da fé e transmiti-la às novas gerações”, comenta o padre. Ele pontua também que a data de 26 de julho foi escolhida por Paulo VI justamente por ser a data da memória litúrgica dos santos Joaquim e Ana.

É muito comum conhecer pessoas que são mais apegadas aos avós que aos pais, o que é normal quando se tem maior convivência com eles. Um dos versos da música “Laços”, do cantor Tiago Iorc, diz que “cada suspiro é gratidão, de ver entrelaçar as mãos, que juntas podem muito mais. Ter um norte, para poder sonhar, ser a brisa, vendaval para transformar”, e se encaixa bem nessa definição de amor de avós e netos.

A psicóloga Jessyka Herbster explica que a relação de avós e netos costuma ser recheada mais de afeto do que de obrigações e compromissos com as regras relacionadas à educação, e que por isso a criança entende que é uma relação baseada em afetividade mais livre com uma dose de permissividade.

“Na maioria das vezes é muito gostoso estar na presença do avós, com momentos cheios de tempo de qualidade e muita brincadeira. Mas não podemos esquecer que por mais que essa seja baseada no afeto, ainda assim deve respeitar a educação que os pais dão às crianças, ainda que não sigam a mesma conduta”, ensina a psicóloga.

Exemplo vivo de convivência entre avós e netos, são as irmãs Giselle, Gabriela e Graziela, que dividem seus dias e suas alegrias com sua avó, Eunice, com quem vivem desde a infância. Tanto, que quando perguntadas sobre o significado desse laço afetivo, a palavra que primeiro sai é "amor".

“Qualquer relação é necessário equilíbrio entre afeto e autoridade. Outro ponto é o fator da diferença de geração na construção da criança. É importante os avós também buscarem se atualizar sobre tecnologia, mudanças nos aspectos educacionais. E aproveitar a segurança e maturidade que os avós naturalmente possuem”, comenta Jessyka sobre a diferença das criação com os avós.

A psicóloga finaliza dizendo que a relação entre avós e netos é uma troca afetiva bilateral onde os dois lados ganham.

“Os netos recebem muita experiência, construção de valores importantes, tempo de qualidade. E os avós recebem amor, energia, conhecimento de novas habilidades. Sem dúvidas, no final das contas o amor é o grande ganho. É esse amor, esse respeito deve ser transmitido através das gerações. De pais para filho”, pontua Jessyka.

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Avó: amor, essência e carinho em convivência 

Ser avó é ensinar sobre o amor todos os dias, seja com palavras, seja com atitudes, seja com pequenos gestos. E isso se fortalece quando se é criado pela avó desde a infância. Como é o caso das irmãs Giselle, de 22 anos, Gabriela, de 20 anos e Graziela Alencar, de 17 anos, que foram criadas pela avó e pela mãe desde a infância.

Em uma casa localizada numa rua pacata da Capital, dona Eunice Linhares, de 79 anos, escreve junto a filha Erika, a história de três meninas que, incondicionalmente, a amam e todos os dias tentam retribuir de alguma forma tudo o que a “vovó” faz por elas.

Giselle conta que a avó sempre foi uma figura de auxílio, de ajuda e principalmente de amor, e que ela representa um sentimento a mais. “Minha convivência com minha avó é muito intensa, ela é muito intensa, o amor, os carões, enfim, ela nos ajuda a sermos seres humanos melhores”, conta a jovem.

Os momentos em família são todos especiais, mas Graziela e Giselle dizem que os momentos de arrumação da casa se tornam mais animados, já que a avó gosta muito de ouvir os clássicos de Roberto Carlos. “Em dia de arrumar a casa ou nos momentos de resolver as coisas, ela bota as músicas no volume alto e diz: ‘Gente, vamos resolver isso’, ‘vamos limpar isso aqui’. E aí ela bota o CD inteiro. Ela tem toda coletânea de CDs do Roberto Carlos, ela é muito fã”, relatam.

Quando perguntada sobre a convivência com as netas, dona Eunice com um sorriso no rosto diz que suas netas são tudo em sua vida. “Para mim elas significam companhia, significa Deus ter me dado uma segunda grande chance de derramar todo o meu amor em vida. Significa não estar só, é ter com quem contar quando necessário”, disse.

A palavra amor foi repetida muitas vezes quando comentavam sobre o cotidiano, e a palavra gratidão foi usada por Giselle ao se referir ao que sua avó significa. “A linguagem dela de amor é o ato de serviço. Então tem coisas que ela não precisa fazer, mas ela dá a mais, ela é o a mais da nossa casa. Então a palavra é gratidão porque as coisas que ela faz são coisas que outras pessoas talvez não fariam”, disse.

Graziela, ao falar da avó, relembra do trajeto de ida e volta da escola para casa. “Ela sempre levava a gente de casa para a escola e sempre ia buscar a gente. E eu lembro que toda vez a vovó levava alguma coisa pra gente vir comendo no caminho. É uma memória muito boa que tenho dela.

Dona Eunice finaliza dizendo que suas netas são muito especiais, e que tem muito carinho por cada uma delas. “Elas são as 3G, meus três amores e eu sou muito grata a Deus por tê-las aqui. Eu as acompanho desde os primeiros passos, quando eu as encostava na parede e as chamava para que elas andassem até mim. São boas memórias”, completou.

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