Cerol em linha de pipa é proibido no Ceará; saiba como se proteger
O impedimento das linhas cortantes faz parte de uma lei estadual sancionada em 2020, mas a prática, mantida em alguns espaços, ainda pode causar acidentesNo domingo, 9, um motociclista morreu após ser atingido por uma linha de pipa com cerol no Bairro Messejana, em Fortaleza. O uso de linha chilena, fio com cerol ou qualquer tipo de material cortante para empinar pipa ou raia é proibido pela Lei Estadual Nº 17.226.
Os objetos apresentam o potencial de gerarem “lesões incisas ou ferimentos incisos, provocados por pressão ou deslizamento”, segundo a legislação cearense. Os acidentes podem afetar não apenas os motociclistas, mas pedestres e ciclistas na rua.
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“A gente diz que os maiores prejudicados são, sim, os motociclistas, em virtude da velocidade de deslocamento e a impossibilidade de enxergar ou visualizar com antecedência esse tipo de linha”, explica o tenente-coronel Osvaldo Pereira, comandante do Batalhão de Socorro de Urgência do Corpo de Bombeiros.
O cerol é normalmente produzido a partir da mistura de cola de sapateiro com vidro moído; sua aplicação busca deixar a linha da pipa cortante. A linha chilena possui o mesmo objetivo, mas pode ser feita com pó de quartzo, pó de pedra lima e rejunte.
Os períodos de vento forte, aliados aos meses de férias dos estudantes, são fatores que contribuem para a presença de materiais cortantes para empinar pipa em espaços com trânsito.
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Cerol em linha de pipa: como se proteger e orientações em caso de acidente
“A recomendação principal de proteção (para os motociclistas) é a utilização de uma antena protetora, com um gancho na ponta. Essas antenas, elas possuem um gancho que vai cortar a linha antes que atinja a face, o pescoço ou qualquer outro membro”, começa o tenente-coronel.
A “antena corta-pipa” não é um equipamento obrigatório em geral, como informa o gerente de educação de trânsito da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), André Luís Barcelos. “Mas é um elemento de segurança importante, sobretudo nesses períodos de férias e ventos mais fortes”, afirma.
Por outro lado, as motocicletas que utilizam placa vermelha, ou seja, que o seu condutor exerce atividade remunerada, como os mototaxistas, devem obrigatoriamente possuir um corta-pipa.
“Isso por conta da exposição que esse usuário (mototaxista) tem. E isso provoca um risco ainda maior de que aconteça algum tipo de incidente”, revela o gerente de educação de trânsito.
Em caso de acidente, o tenente-coronel Osvaldo Pereira recomenda manter a calma e deitar a vítima, fazendo uma compressão direta no local do corte. Para ferimentos na face ou no pescoço, a compressão deve ser feita de forma eficiente, com um pano limpo e seco.
“Por vezes o transeunte não vai ter disponível equipamentos limpos e esterilizados. Então as próprias vestes da vítima podem servir, nesse primeiro momento, para a compressão direta”, recomenda o profissional.
Nas lesões do pescoço, é imprescindível conter a hemorragia e elevar pernas e braços para que o sangue possa sair desses locais periféricos e se concentrar na região torácica.
Cerol em linha de pipa: para quem ligar
Um dos primeiros passos em situações de acidentes com o cerol em linha de pipa também inclui ligar imediatamente para o Corpo de Bombeiros pelo número 193.
Cerol em linha de pipa: conheça a proibição no Ceará
A Lei nº 17.226 foi sancionada em 2020 pelo então governador do estado do Ceará, Camilo Santana. O propósito da legislação estadual foi a proibição do uso de cerol, linha chilena ou de qualquer outro tipo de material cortante nas linhas de pipas ou artefatos lúdicos semelhantes.
A fabricação, ainda que artesanalmente, a comercialização e o depósito dos objetos também são proibidos por Lei, com a possibilidade de apreensão em caso de descumprimento.
Segundo a legislação, a Semana Estadual de Prevenção e Combate aos acidentes com linhas cerol e outros materiais cortantes foi estabelecida anualmente durante a primeira semana de junho, período que antecede as férias escolares.