Ceará registra queda de 73% nos casos de arboviroses; chikungunya teve maior redução
No primeiro semestre deste ano, Fortaleza liderou os casos de dengue. Tamboril, no Interior, teve maior incidência de chikungunyaO Ceará registrou queda de 73% nos casos de arboviroses no primeiro semestre deste ano. Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), entre janeiro e junho foram contabilizadas 8,2 mil confirmações, contra 30,6 mil no mesmo período de 2022.
A queda expressiva foi puxada pela baixa incidência da febre chikungunya. Em 2023, o número de casos da doença foi quase 14 vezes menor do que no ano passado. De acordo com o boletim, foram cerca de 1,3 mil registros neste ano e 17,9 mil em 2022.
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Para o secretário executivo de Vigilância da Sesa, Antônio Lima Neto, os números têm relação com o histórico recente de disseminação da doença no Estado. “Como tivemos uma forte onda epidêmica em 2022, era esperado que neste ano houvesse essa grande redução, porque o vírus da chikungunya confere imunidade duradoura”, explicou.
Antes de 2022, as outras duas ondas epidêmicas da doença no Estado tinham sido observadas em 2016 e 2017. Nos quatro anos subsequentes, o nível de transmissão caiu drasticamente. “Houve, praticamente, uma imunidade de rebanho nos locais onde a doença se manifestou em maior escala”, completa o secretário.
Os outros dois tipos mais comuns de arboviroses – dengue e zika – também registraram queda nas estatísticas deste ano. Segundo o boletim da Sesa, os casos de dengue passaram de 12,6 mil para 7 mil, enquanto os de zika foram de 12 para sete.
As três doenças (dengue, zika e chikungunya) têm como vetor o mosquito Aedes aegypti, que se prolifera com mais facilidade no período chuvoso devido ao acúmulo de água em residências e terrenos baldios. No Ceará, a estação chuvosa começa em fevereiro e termina em maio.
Arboviroses: mortes também tiveram queda
O cenário epidemiológico de baixa incidência de arboviroses teve como reflexo principal a queda nas mortes. Até junho, segundo o boletim da Sesa, foram registrados dois óbitos por chikungunya no Estado, um em Choró e o outro em Catunda. O número é inferior ao do mesmo período do ano passado, quando 16 mortes tinham sido contabilizadas.
As mortes por dengue caíram pela metade. Neste ano, foram três registros em Caucaia, Jaguaribe e Fortaleza. Duas vítimas eram adolescentes, com 12 e 17 anos, e uma idosa, de 74 anos. Em 2022, no mesmo período, o Estado contabilizava seis óbitos. Na série histórica anual, o recorde foi atingido em 2013, quando o número de mortes chegou a 80 durante 12 meses.
A maior incidência de dengue, neste ano, foi registrada na Superintendência da Região de Fortaleza, com 2,7 mil casos confirmados. Já a chikungunya foi mais recorrente na Superintendência da Região Norte, que atingiu 505 confirmações. No recorte por municípios, Fortaleza lidera os casos de dengue (2,3 mil), e Tamboril, no Sertão de Crateús, aparece com mais registros de chikungunya (291).
As estatísticas do primeiro semestre estão dentro do padrão epidemiológico do Ceará nos últimos anos. Historicamente, a dengue é a arbovirose mais recorrente no Estado, com exceção de 2022, quando houve uma explosão nos casos e mortes decorrentes de chikungunya.
Casos de arboviroses em Fortaleza
Em Fortaleza, o padrão se repete. Entre janeiro e junho do ano passado, houve mais casos de chikungunya do que de dengue (6 mil contra 5,7 mil). Neste ano, a dengue voltou a ter prevalência, com 2,3 mil casos ante a 167 ocorrências de chikungunya.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) atribui a queda a duas estratégias de prevenção: controle de vetores e ações educativas. Na primeira, os agentes de endemias vão aos imóveis para combater os focos do mosquito Aedes aegypti. Já a segunda ocorre com a promoção de atividades de conscientização para incentivar a população a manter recipientes limpos e evitar o acúmulo de água.
Durante a estação chuvosa deste ano, diz a pasta, mais de 900 mil imóveis foram visitados pelos profissionais da Prefeitura. Durante as inspeções, cerca de 15,4 mil criadouros do mosquito foram eliminados e 12 toneladas de materiais inservíveis foram recolhidos para reciclagem.
Além disso, as áreas com maior frequência de casos notificados receberam aplicação de larvicidas e inseticidas para frear a proliferação do agente causador e quebrar a cadeia de transmissão.
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