Chacina do Curíó: "Uma injustiça não repara outra", diz defesa de réu

Walmir Medeiros comentou, durante o julgamento, que não há elementos que apontem aos respectivos réus alguma culpa. "Uma denúncia muito rápida. Nove meses para investigar uma chacina", comenta.

12:21 | Jun. 24, 2023

Por: Jéssika Sisnando
SEGUNDO dia do julgamento da Chacina na região da Grande Messejana (foto: Calvin Penna/Divulgação/TJCE)

"Não questionamos as mortes, foi uma chacina, foi uma injustiça sem tamanho, mas uma injustiça não repara outra", diz a defesa do réu Marcus Vinicius Sousa da Costa, o advogado Walmir Medeiros, nesta sexta-feira, 23, durante o 4º dia de julgamento do caso da Chacina do Curió. Marcus Vinícius é um dos quatro réus julgados na primeira parte do processo que foi desmembrado. Eles são julgados por 11 homicídios duplamente qualificados e tortura. 

O advogado comenta que os promotores de Justiça são bons, mas que, nesse caso, o Ministério Público do Ceará e a Polícia não seguiram os padrões de investigação. "O que começa errado não termina certo", relata.

Walmir Medeiros comentou, durante o julgamento, que não há elementos que apontem aos respectivos réus alguma culpa. "Uma denúncia muito rápida. Nove meses para investigar uma chacina", comenta.

Para o advogado, o estado do Ceará tem responsabilidade civil no sentido de reparar os sobreviventes e os familiares das 11 pessoas que morreram, mas aponta que há necessidade de individualização de conduta. A defesa ainda comentou que algumas provas foram abandonadas, como a que aponta que os cartuchos de bala seriam da Polícia Civil do Ceará.

O advogado relembrou o caso de quatro policiais civis que foram mortos no Interior do Ceará e as questões de saúde mental da categoria, além de frisar que "policiais também moram em comunidades, que precisam se mudar por causa de facções e que o estado se omite, que policiais também são injustiçados", destaca.