Atenção primária e regionalização são focos de planejamento da Saúde do Ceará até 2027

Evento de planejamento ocorre na Escola de Saúde Pública, no bairro Meireles, em Fortaleza

Dirigentes da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) se reúnem nesta segunda-feira, 5, e nesta terça-feira, 6, para planejar as estratégias da gestão de 2024 a 2027. As prioridades, como o fortalecimento da atenção primária e a regionalização da saúde, serão discutidas para compor o documento que guiará as ações pelos próximos quatro anos.

Tânia Mara Silva Coelho: Regionalizar a saúde é prioridade no Cearé; LEIA

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Além de levar em conta os desafios do pós-pandemia, como a fila de cirurgias eletivas, o planejamento foca na resolução de problemas mais antigos no Ceará. A regionalização da saúde, que leva atendimentos especializados para mais pontos do Estado, se mostrou ainda mais necessária durante a emergência sanitária causada pela Covid-19.

Nos próximos anos, aperfeiçoar a descentralização de serviços seguirá sendo um objetivo da gestão. De acordo com a secretária executiva de Planejamento e Gestão Interna da Sesa, Paíta Façanha, a pasta pretende desenvolver Planos Regionais de Saúde para “melhorar a governança em nível territorial”.

“A metodologia que nós iremos usar é pegar os resultados dos grandes problemas regionais, suas causas e consequências e daí definir diretrizes para 2024 a 2027. Não vamos inventar a roda, nós vamos trabalhar à luz da realidade regional”, afirmou.

A atenção primária, que compreende desde a promoção do bem-estar do cidadão até a prevenção de doenças, também é um ponto elencado como prioridade. “Fortalecendo a atenção primária, a gente fortalece toda a atenção secundária e terciária”, afirma o vice-presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems), João de Castro.

Para ele, a proporção de financiamento da atenção primária, dividida principalmente entre Governo Federal e municípios, deveria mudar. “A necessidade prioritária da atenção primária é a financeira. A gente vai propor nesta reunião de hoje e amanhã que o Estado aumente a linha de financiamento”, afirma João.

A atenção básica, de acordo com a superintendente do Ministério da Saúde no Ceará, Kelly Arruda, pode influenciar na diminuição da incidência de doenças graves. O esforço de aumentar o financiamento dessa área é nacional, segundo ela.

“Existia na gestão anterior uma dificuldade muito grande de se aproximar, inclusive pela forma de condução e das acreditações que se tinham naquele momento político. Agora estamos nos reaproximando e estreitando laços para que a gente consiga potencializar recursos que vem pra saúde, que ainda é insuficiente para a quantidade de demanda que a gente tem”, afirma Kelly.

Durante o evento, que ocorre na Escola de Saúde Pública, em Fortaleza, os dirigentes terão mesas e grupos de estudo para identificar os macroproblemas da saúde no Estado. O secretário executivo de Vigilância em Saúde, Antônio Lima Silva Neto (Tanta), apresentou dados sobre o cenário epidemiológico do Ceará.

Panoramas sobre doenças transmissíveis, como as arboviroses, hanseníase, tuberculose e sífilis, foram apresentados. Dados sobre doenças não transmissíveis e seus impactos, como AVC, infarto e câncer, também foram debatidos.

“A morte antes dos 70 anos é um indicador utilizado internacionalmente que a gente chama de taxa de mortalidade prematura de doenças não transmissíveis. Isso também fala da necessidade que a gente tem de controle maior dessas doenças, e isso também faz parte da atenção básica”, diz Tanta.

Na terça-feira, a secretária da Saúde do Estado, Tânia Mara Silva Coelho, fará uma palestra sobre os desafios da gestão do SUS no Ceará.

 

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