Fraude em concursos no Ceará: criminosos cobravam 10 vezes a remuneração do aprovado
Três pessoas foram foram presas e, entre os envolvidos nos crimes, há pessoas inscritas e aprovadas em outros concursos. A licitude na aprovação desses certames será alvo de investigaçãoUm grupo especializado em fraude de concursos públicos foi desarticulado pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE), por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Três pessoas foram presas em flagrante nos locais de prova do concurso da Guarda Municipal de Pacajus, nesse domingo, 28.
O trio foi capturado em locais de prova nos bairros Centro, Jacarecanga e Edson Queiroz, em Fortaleza. O valor cobrado pela organização, de acordo com a imvestigação, seria dez vezes a remuneração dos candidatos aprovados por meio da fraude.
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Inicialmente, o candidato pagaria um valor de R$ 1 mil como sinal e, após a aprovação no concurso, o custo aumentaria para em torno de R$ 45 mil.
Foram presos Érick de Paula Alves, de 24 anos, Irlândio José Bernardino Vidal, de 38 anos, e José Cláudio de Menezes Sousa, de 40 anos. A Polícia Civil identificou que entre os envolvidos há pessoas inscritas e, inclusive, aprovadas, em outros concursos públicos do Ceará.
Os três devem passar por audiência de custódia nesta segunda-feira, 29. A licitude do ingresso no certame será alvo de investigação da Draco. As informações são do delegado Alisson Gomes, titular da especializada.
Os homens foram autuados por crime de fraude de certame público e por integrarem associação criminosa. Eles eram investigados há dois meses. A PC-CE investiga o envolvimento de outras pessoas na organização criminosa.
Fraude em concursos no Ceará: roupas com muitos botões disfarçavam celulares
Ainda foram apreendidas com os suspeitos de fraudar o concurso da Guarda Municipal de Pacajaus canetas "mágicas", que serviriam para apagar a escrita. Nos celular deles, foram encontrados gabaritos das respectivas provas.
De acordo com a Polícia Civil do Ceará (PC-CE), a forma como eles agiam era a mesma: os homens chegavam aos locais de prova com calças cheias de botões e, ao serem "barrados" nos detectores de metal, eles alegavam que era devido aos botões.
"Justamente para ludibriar os detectores de metais. No interior na vestimenta, havia o microcelular e as folhas soltas para a anotação do gabarito. Eles anotavam o gabarito da prova como forma de não deixar rastro. Foi possível identificar toda a logística criminosa. Esse foi só o primeiro ato da operação, e o intuito é mapear, prender outras pessoas e outros candidatos, pessoas que estavam aguardando nomeação", destaca o delegado Alisson Gomes, titular da Draco.
Conforme Alisson Gomes, após a aprovação a remuneração prevista em edital seria paga ao grupo criminoso. "Tem inúmeros outros [suspeitos] que agora são objeto de investigação", ressalta.