Padre cearense faz sucesso nas redes sociais com bom humor, jargões e mensagem de fé
Natural de Fortaleza, o padre contou ao O POVO como começou a usar as redes sociais para evangelizar; conheça históriaNatural de Fortaleza, com 16 anos de sacerdócio, padre Josileudo Queiroz, de 48 anos, se tornou um fenômeno nas redes sociais. Com bom humor e simpatia, o pároco da cidade de Caucaia, no Ceará, leva aos seguidores palavras de fé, entusiasmo e tira dúvidas usando a caixinha de perguntas.
O sacerdote conta que começou a gravar vídeos para as redes sociais em 2019, mas com a pandemia de Covid-19, o fluxo de conteúdo se intensificou. Ele vê a internet como um campo vasto para evangelização e acredita que é necessário estar presente como igreja para a evangelização.
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Padre divide compromissos da paróquias com conteúdo nas redes sociais
Com os compromissos paróquias na cidade de Caucaia que o cargo exige, o clérigo diz que precisa fracionar as gravação do conteúdo, pois seu tempo é muito corrido. Seja no intervalo do almoço, no começo ou no fim da noite, ele sempre tira um tempo para responder às quase 49 mil perguntas dos seguidores.
Presente no TikTok com mais de um milhão de seguidores e com quase 130 mil pessoas que o acompanham no Instagram, o sacerdote leva o conteúdo cristão com muita leveza, falando sobre a igreja com uma linguagem particular que cativa os fiéis que consomem seu conteúdo.
Para designar questionamentos que são positivos ou negativos, pe. Josileudo usa os termos “é muito é massa” ou “é muito é paia”, marca que ficou registrada em seus vídeos e o público sente falta quando não é utilizado.
Em entrevista ao O POVO, o clérigo conta um pouco da sua trajetória e os prós e contras dessa exposição. Confira:
OP - Como surgiu a ideia de começar a gravar vídeos para as redes sociais?
Padre - A internet como um todo é um campo muito vasto e muito necessário para estarmos presentes (igreja) para a evangelização. Então a gente viu que deveria se dedicar também às redes sociais. Procurar interagir com as pessoas, levando a elas a palavra de Deus.
OP - Quando o senhor começou a publicar esse tipo de conteúdo para a internet?
Padre - Eu comecei a fazer antes da pandemia, mas não tinha muita dedicação. Com as regras sanitárias de distanciamento social, onde ficamos em casa, comecei a publicar muito mais. Em 2020 foi o ano onde eu mais me dediquei, publicando vídeos quase diariamente.
OP - O senhor acha que esse tipo de evangelização, com bom humor, aproxima as pessoas do seu conteúdo?
Padre - Eu tenho observado que houve uma aproximação muito grande pela minha maneira de responder as perguntas. Eu respondo aquilo que as pessoas me perguntam dentro da fé cristã católica, da palavra de Deus, sem levar ninguém a querer julgar ou condenar a vida dos outros.
OP - Como surgiu os bordões que são utilizados em seus vídeos?
Padre - O “é muito é massa” ou “é muito é paia”, é uma linguagem muito nossa, quando você está conversando com um amigo com uma amiga. Então eu usei isso uma vez no vídeo, e aí pegou. E os seguidores se impressionam: "nossa, o padre disse isso, que legal”. Essa linguagem aproxima.
OP - E são muitas perguntas? Como são selecionadas as perguntas que serão respondidas? São muitas perguntas?
Padre - Olha, eu tenho duas redes sociais que eu sou muito atuante. Em uma delas eu tenho caixinha de perguntas que já tem quase 49 mil perguntas. Então, tem muitas muitas perguntas que nunca vão ser respondidas porque eu não consigo. Fora os comentários, que não consigo responder. Mas eu vou diversificando as respostas mediante as perguntas que eu recebo, variando o público, seja de adultos ou jovens.
OP - Existe alguma pergunta que o senhor não responde?
Padre - Eu respondo todas as perguntas que me vem, mas sempre respeitando as pessoas, sem agredir ninguém. Eu tenho muita responsabilidade com a minha missão, que é evangelizar, e eu não posso fazer isso atacando, discriminando ou julgando.
OP - E como outros membros da igreja recebem os vídeos que o senhor produz? Teve alguma resistência?
No início tiveram muitos irmãos que ficaram receosos, que tentaram me orientar. Mas agora não, agora eu tenho recebido muito apoio, eu tenho recebido muita compreensão e muito incentivo. Hoje eu posso dizer que recebo muito mais apoio do que críticas.
OP - O senhor se considera um influencer?
Olha, particularmente, eu não me considero, mas as pessoas, sim. As pessoas dizem que eu ajudei nisso, influenciei naquilo, que com os vídeos, eles resolveram voltar para a igreja. Elas brincam dizendo que eu sou um influenciador acessível.
Confira o vídeo do padre Josileudo no TikTok
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