Arboviroses: prevenção deve continuar no período pós-chuvas

Foram registrados menos casos de dengue e chikungunya nos primeiros quatro meses de 2023, comparado ao mesmo período de 2022. No entanto, cuidados devem continuar

Os cuidados com a proliferação de focos do mosquito Aedes aegypti devem continuar após a quadra chuvosa no Ceará, que ocorre de fevereiro a maio. Durante o período, é comum que os casos de arboviroses, como dengue e chikungunya, aumentem. No entanto, os meses pós-período chuvoso também devem ser de alerta.

De acordo com Roberta de Paula, titular da Coordenadoria de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador (Covat) da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), os mosquitos precisam de lugares com água parada para se reproduzirem.

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Apesar disso, quando há muita chuva, como nos meses mais propícios a grandes volumes de precipitação no Estado, até mesmo os ovos postos pela espécie podem ser levados pela grande quantidade de água.

“Esse pós-chuva que chove e faz sol é o período mais complicado”, afirma Roberta. Isso ocorre porque os ovos postos pela fêmea do Aedes aegypti podem sobreviver até um ano em uma superfície seca. Bastam poucas gotas de água parada para que possam eclodir.

Por isso, a orientação de continuar checando os recipientes que podem acumular água deve continuar nos meses após o período chuvoso no Ceará. Vasos de planta, vasilhas de animais de estimação, pneus, garrafas, tampas, baldes, lixeiros, entre outros locais que podem acumular água devem ser limpos e averiguados a cada semana.

Apesar de baixa em casos, quatro cidades têm incidência muito alta de dengue

Comparado ao mesmo período de 2022, os primeiros quatro meses de 2023 registraram diminuição de casos de dengue e chikungunya. Dos primeiros dias de janeiro até 14 de abril, foram contabilizados 2.653 casos de dengue e 457 casos de chikungunya.

A redução é de 52% dos casos confirmados de janeiro a abril de 2022, quando 5.977 foram registrados. Segundo a Ana Cabral, da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep), os números refletem a baixa circulação viral e baixa transmissão dos vetores das doenças.

Em relação a chikungunya, apenas um município apresenta maior circulação viral: Tamboril, na região Norte. O cenário é diferente do ano passado, quando o Ceará passou por uma segunda onda da doença. A primeira, segundo Ana, teria sido entre 2016 e 2017.

Apesar de 97 municípios apresentarem baixa incidência de casos, quatro cidades apresentam incidência muito alta de dengue. São elas Brejo Santo, Bela Cruz, Jaguaribe e Groaíras. Apesar disso, a coordenadora explica que o mosquito é bem adaptado ao clima de todo o Estado, não se restringindo a um só lugar.

Neste período, um óbito foi confirmado por dengue. A paciente tinha 74 anos e era do município de Caucaia. Houve ainda a confirmação de 18 casos de Dengue com Sinais de Alarme, a versão mais grave da arbovirose. Deles, 14 se concentraram em Fortaleza.

“Apesar do cenário de baixa transmissão, temos que focar na parceria com a população em relação ao controle de criadores domésticos”, afirma também Ana Cabral.

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