Policial suspeito de matar colegas tinha problemas de relacionamento, diz chefe da PC-CE

Preso em flagrante, inspetor era resistente a ordens hierárquicas e tinha desentendimentos frequentes com colegas de corporação, segundo revelou delegado-geral da Polícia Civil do Ceará

23:07 | Mai. 15, 2023

Por: Luciano Cesário
Márcio Gutierrez, delegado-geral da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), comentou o histórico de comportamento do inspetor suspeito de assassinar quatro colegas de corporação (foto: AURÉLIO ALVES)

O inspetor da Polícia Civil preso em flagrante pelo assassinato de quatro colegas de corporação, em Camocim, no Norte do Ceará, tem histórico de problemas de relacionamento nas Delegacias onde já trabalhou. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Márcio Gutiérrez, Antônio Alves Dourado discutia frequentemente com delegados e escrivães e apresentava comportamento insurgente diante de determinações internas.

“O que chegou para a gente é que ele tinha histórico de problemas de relacionamento. Já tinha sido transferido algumas vezes e isso sempre era relacionado a algum tipo de problema de relacionamento com os policiais que trabalhavam nas unidades, questões ligadas ao descumprimento das determinações”, disse o chefe da corporação.

O delegado e o secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Samuel Elânio, compareceram ao sepultamento do escrivão Francisco dos Santos Pereira, 46, nesta segunda-feira, 15, e prestaram solidariedade aos familiares da vítima.

Antes, eles já tinham participado do enterro de Antônio José Rodrigues Miranda, 43, e Antônio Cláudio dos Santos, 46, em Camocim. A quarta vítima, o inspetor Antônio José Rodrigues Miranda, 43, foi sepultado em Teresina, no Piauí, sua cidade natal, também na tarde desta segunda.

Após o funeral em Eusébio, o titular da SSPDS comentou que não havia alvo específico para o crime. “Ele queria cometer algo que chamasse a atenção. Então, poderiam ser esses quatro, poderiam ser mais policiais, poderia ser menos, não havia algo direcionado. Qualquer um que estivesse naquela situação iria ser vítima dele”. Segundo o secretário, os familiares das vítimas estão recebendo assistência jurídica, psicológica e amparo social do Governo do Estado.

O inspetor suspeito da chacina está preso na Penitenciária Industrial Regional de Sobral (Pirs), a 137 quilômetros de Camocim, desde a tarde desta segunda-feira, 15, após passar por audiência de custódia em que teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. O inquérito policial do caso tramita em segredo de justiça.