"Apesar da letalidade, a raiva humana é extremamente prevenível", diz secretário de vigilância em Saúde
Em entrevista à rádio O POVO CBN, o secretário lamentou a morte de um agricultor no Ceará por raiva humana e reforçou os cuidados para prevenir a doença
09:21 | Mai. 10, 2023
O Ceará registrou a primeira morte por raiva humana em sete anos, última sexta-feira, 5, na cidade de Cariús, a 401,6 km de Fortaleza. A vítima, um agricultor, começou a ter sintomas da doença após ter sido atacado por um macaco sagui. Com o caso, a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) orienta a população sobre os cuidados de prevenção da raiva humana.
Em entrevista à jornalista Maísa Vasconcelos, da rádio O POVO CBN, o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antônio Lima (Tanta), lamentou a morte do agricultor de 36 anos. “Não deixa de ser lamentável um episódio como esse, sobretudo quando se sabe que ao se receber atendimento o progresso da doença pode ser evitado”, disse.
Apesar de ter letalidade máxima quando não tratada, Tanta ressalta que a raiva humana pode ser prevenida.
“Tivemos muitos casos na década de 1980. Ela é uma doença 100% letal, quando se desenvolve, realmente não há cura. No entanto, ela é extremamente prevenível, tanto pelo soro quanto pela vacina que, em quatro doses, tem uma eficácia de 99%”, aponta o secretário.
Ainda durante a entrevista, o titular salientou ainda que é preciso procurar atendimento médico em caso de mordidas e agressões, especialmente de animais silvestres, e que é importante evitar manter contato com eles. Porém, não necessariamente essa busca precisa ser imediata, tendo em vista que a doença tem um longo período de incubação.
“É preciso desmistificar isso de que o atendimento precisa ser imediato. No caso desse paciente, ele desenvolveu os sintomas dois meses depois da agressão que sofreu pelo sagui, um animal silvestre. E ele poderia ter recebido a qualquer momento antes disso o soro (que é dado durante sete dias) ou a vacina. Ou seja, é uma doença com um período de incubação longo e dá pra ser prevenida indo à unidade básica de saúde mais próxima”, afirma.