Professores da Uece realizam paralisação em protesto por reposição salarial

De acordo com os servidores, a reposição das perdas inflacionárias, que deve ocorrer anualmente, não é concedida há oito anos

Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Uece) paralisaram as atividades na manhã nesta segunda-feira, 24, para a realização de um ato que demanda a reposição salarial dos servidores públicos. A manifestação ocorreu na sede da Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag).

Em assembleia realizada na última quinta-feira, 20, os professores da Universidade votaram a favor da paralisação de 24 horas para a mobilização. A principal reivindicação dos docentes é a recomposição salarial de 37,03%. 

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De acordo com o Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (SindUece), o valor não é atualizado há oito anos. A partir da Mesa Estadual de Negociação Permanente (Menp), os servidores públicos, por meio do Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos do Ceará (Fuaspec) dialogam com o Governo do Estado pelo reajuste.

Apesar das mobilizações realizadas, os servidores apontam que a situação não é resolvida e cobram o atual governador Elmano de Freitas pelo cumprimento da Lei da Data-Base.

“Mais de 100 dias de governo do Elmano e estamos no mais absoluto silêncio a respeito de qual será o percentual concedido. Na última reunião da mesa, ficou estabelecido que seria feito um estudo desse quadrimestre a respeito do superávit orçamentário do Governo e ficou de ser apresentado para gente qual seria o percentual. Ainda não se sabe quanto será, mas o que a gente espera agora é um reajuste linear”, pontuou a coordenadora-geral do Fuaspec, Ravenna Guimarães.

A coordenadora-geral afirma que a demanda não se trata de aumento salarial, mas de uma reposição: "Ou seja, das perdas inflacionárias de 2015 até a presente data".

Nilson Cardoso, presidente do SindUece, explica que as perdas inflacionárias devem ser repostas anualmente, mas que isso não ocorre desde o mandato do ex-governador e atual ministro da Educação Camilo Santana.

“Essas perdas salariais não são mais do que as perdas inflacionárias previstas pelo governo e cuja a lei determina que, anualmente, elas devem ser repostas. O que a gente espera é que seja apresentado esse índice, que a gente possa ter conhecimento de como será recomposta essa defasagem e como será diminuída ao longo dos anos”, explicou.

Além da presença de representantes de outras universidades, como o SindUva e SindUrca, e dos servidores públicos das áreas da saúde, segurança e judiciário, por exemplo, integrantes do movimento estudantil reforçaram a mobilização. Entre as demandas, os discentes também cobram o reajuste nas bolsas de graduação e pós-graduação.

A mestranda em Sociologia na Universidade Estadual do Ceará e bolsista Raiane Félix esteve presente na mobilização para exigir o reajuste no valor das bolsas. Apesar de ser bolsista Capes — que teve reajuste anunciado pelo Governo Federal em fevereiro — a estudante esteve presente no ato pela atualização das bolsas da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

“Eu estou aqui hoje, porque muitas pessoas da minha turma são bolsistas Funcap, que é uma política estadual que não atualizou junto com o Governo Federal. Para esses estudantes de pós-graduação, que moram em Fortaleza, R$ 1.500 para pagar aluguel, água, luz e transporte público é inviável. Quando o pesquisador está no mestrado, é preciso ter uma dedicação exclusiva e não pode trabalhar em outros lugares. É preciso que essa bolsa seja reajustada e, nós da Uece, estamos aqui para reivindicar isso”, afirmou.

Representantes da Seplag e da Fuaspec se reunirão na tarde desta segunda-feira, em uma nova Mesa Estadual de Negociação Permanente para discutir a proposta a ser apresentada pelo Governo do Ceará. Segundo a SindUece, as entidades poderão avaliar a possibilidade de novas mobilizações dependendo do que for estabelecido na negociação.

A Uece se mantém em pleno funcionamento, não havendo nenhum indicativo de paralisação nem das atividades administrativas, ou laboriais, por conta do ato. A Pró-reitoria de Graduação (Prograd) da instituição acompanha a realização das aulas pelos docentes e, em caso de falta, reporá em dia subsequente e acordado com os estudantes.

"As aulas que não foram ministradas nesta segunda-feira, 24, serão repostas. As reposições serão agendadas pelos próprios professores, considerando a disponibilidade da turma. Portanto, não acontecerão em apenas um dia. No entanto, a orientação é que elas aconteçam próximo ao dia que a falta ocorreu", diz a universidade. (Colaborou Gabriel Damasceno e Gabriel Gago)

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