Ceará se aproxima da média histórica a 40 dias do fim da quadra chuvosa
Mês de março teve chuvas quase 50% acima do esperado, melhor índice em 15 anos; Ceará também já superou média histórica do período de fevereiro a abrilO Ceará segue caminhando para uma quadra chuvosa que garanta abastecimento de água por tempo considerável. Faltando 40 dias para o fim do período, o Estado se aproxima da média histórica de precipitação para os meses de fevereiro a maio. As informações são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Na soma de fevereiro, março e os primeiros 22 dias de abril, foram 548,6 mm de chuva, em média, no Ceará. O esperado para o trimestre é algo próximo a 510 mm, com índices entre 440,67 e 598,81 mm sendo considerados "em torno da média".
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Considerando a quadra chuvosa como um todo, este intervalo é de 514,13 a 707,58 mm. Apenas com o observado até o último sábado, 22, já é possível enquadrar 2023 como "em torno da média" de precipitação para o Estado.
O bom índice foi alcançado, principalmente, devido às chuvas de março. Com 300,1 mm de precipitação em média, no Estado, o nível foi 47,5% acima do esperado para o mês. É a melhor marca dos últimos 15 anos.
Entre os municípios, 112 cidades cearenses já receberam mais chuva que o esperado para o intervalo de fevereiro a abril. Destes, 46 já superaram a média histórica da quadra chuvosa inteira, com 12 tendo precipitação acima do valor máximo de "em torno da média". A cidade com mais chuva no ano foi Barroquinha, com 1.308,7 mm (20% acima da média para todo o ano), enquanto o melhor desvio foi Nova Olinda (1.134 mm), com 30% mais precipitação do que a média histórica anual.
Houve, porém, uma redução nas chuvas na segunda metade de abril. Desde o dia 11, apenas em dois dias foi superada a marca de 5 mm e neste domingo, 23, só um município registrou precipitação — Viçosa do Ceará, com discretos 2,2 mm, segundo a Funceme.
O bom registro de chuvas no Estado gera estatísticas também positivas. Uma delas é a reserva hídrica: o valor total de água nos açudes do Ceará ultrapassou os 40% da capacidade máxima pela primeira vez em uma década. O valor tem relação direta com o período: no começo de fevereiro, a soma dos reservatórios estava em 31,03% do volume.
Apesar de o segundo mês do ano ter contribuído pouco para o cenário — em 1º de março o nível era de 31,23% — atualmente os açudes estão com 49,07% da capacidade ocupada, um aumento de mais da metade quando comparado ao início da quadra chuvosa. Em algumas partes do Estado, o resultado é ainda melhor. Nas bacias do Curu, do Sertão de Crateús e do Banabuiú, o nível somado dos açudes mais que dobrou.
Os maiores reservatórios do Ceará também chegaram aos melhores índices em anos: o Castanhão, em Alto Santo, não atingia os atuais 30,97% desde outubro de 2014; o Orós, no município homônimo, esteve com 63,18% do volume pela última vez em novembro de 2012; e o Banabuiú, em Banabuiú, chegou a 37,28%, algo que não ocorria desde agosto de 2013.
Por consequência da precipitação e do aumento na reserva hídrica, o Ceará não apresenta regiões de estiagem. É a primeira vez que isso acontece pelo menos desde 2014, quando foi criado o Monitor das Secas para analisar os efeitos da falta de chuvas no Nordeste.
10 cidades com chuva mais acima da média histórica para a quadra chuvosa
- Barroquinha: 1.156,8 mm; 30,6% acima da média
- Porteiras: 623,4 mm; 29,2% acima da média
- Nova Olinda: 792 mm; 25,8% acima da média
- Miraíma: 768,5 mm; 25,6% acima da média
- Uruburetama: 995,4 mm; 23% acima da média
- Boa Viagem: 562,6 mm; 21,1% acima da média
- Madalena: 559,4 mm; 20,7% acima da média
- Milhã: 665,6 mm; 20,3% acima da média
- Senador Pompeu: 686,8 mm; 20,3% acima da média
- Ubajara: 1.001,3 mm; 19,8% acima da média