Apesar de tensão, escolas de Fortaleza têm dia tranquilo de atividades
Escolas públicas e privadas da Capital registraram menos alunos e dia normal de atividades. Unidades receberam apoio do Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac), por meio de ações da Secretaria de Segurança PúblicaApós supostas ameaças de ataques nesta quinta-feira, 20, às escolas no País, instituições da rede pública e privada de Fortaleza conduziram suas atividades normalmente, sem ocorrências e com apoio policial. As faltas também foram em maior número, apesar de não chegar a um número expressivo de alunos ausentes.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará confirmou ao O POVO que, de forma preventiva, equipes da PMCE realizaram rondas e paradas de viaturas em pontos-bases em frente a escolas públicas e privadas. A estratégia também foi manter conversas de aproximação com diretores e responsáveis por unidades de ensino.
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Equipes de segurança foram triplicadas, por meio de convocações de PMs que estariam de folga. Os grupos se dividiram em duplas e realizaram visitas nas instituições escolares durante os turnos que ocorrem as aulas.
O POVO visitou quatro instituições de ensino da capital para averiguar o clima entre alunos, pais e professores. O suporte na segurança foi notável logo na entrada das unidades, que contou com o apoio da PMCE, sendo dois a serem distribuídos em cada local visitado, por meio de reforços do Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac).
Em uma escola privada no bairro Joaquim Távora, o movimento de normalidade foi percebido logo no início das atividades, no período da manhã. Mães de alunos relataram que, em função do receio, a escola promoveu uma mobilização para tranquilizar alunos e pais.
"O medo é inevitável, até porque é algo que não faz parte do nosso controle, mas decidi fazer porque acredito que foi o correto. A escola se mobilizou e graças a Deus deu tudo certo. Acho que muito mais que uma notícia negativa tem que ter as boas", disse uma mãe de dois estudantes.
A diretora da escola, segundo outra mãe, também promoveu um diálogo por meio de uma plataforma digital responsável por realizar orientações aos pais. "Eu senti um certo medo, porém, a escola em contato com a família foi nos tranquilizando e fazendo com que a gente se sentisse mais seguro. Aqui na escola temos um sistema com plataforma onde existe a conversa ente professores, pais e toda a equipe", afirmou
A baixa de alunos na unidade de ensino e a comunicação eletrônica foram confirmados pela diretora da instituição. A perspectiva, no entanto, era que as faltas fossem maiores.
"Nós achamos que viriam menos. Eu acho que veio um número bom de alunos. Estamos aqui fazendo toda a segurança. O dia foi normal, não teve nenhum problema, os alunos estão super tranquilos dentro do colégio e a gente está aqui com toda a segurança", confirmou a diretora do colégio, que não quis se identificar.
Em uma escola estadual no bairro de Fátima, houve mais ausências, porém, equipes de policiais ouvidos pelo O POVO avaliaram que a questão também deve-se à véspera de feriado, quando em geral as faltas já são maiores. "Uma coisa acaba se somando a outra. O movimento está bem menor, cerca de 30% a 40% só, mas está todo mundo tranquilo", destacou membros da PMCE.
A baixa movimentação na unidade escolar também foi percebida por outros integrantes do local. No geral, o aparato policial foi perceptível por todas as fontes contactadas, entre elas um guarda convocado por meio de instituição privada e uma funcionária de lanchonete.
Uma escola estadual de ensino integral no bairro Centro também contou com a presença de dois guardas da PMCE. A direção do local destacou o caso e informou que, durante toda a semana, a estratégia foi trabalhar conteúdos postados e repostados pelo corpo discente, além de aumentar o efetivo de segurança.
"Hoje tivemos uma baixa na frequência, mais por causa que os pais preferiram que eles não viessem, apesar de termos toda a nossa programação normal de aula. O Copac dá esse apoio à comunidade escolar. É um programa muito legal onde eles [policiais] têm palestra e se aproximam dos estudantes, até para desmistificar o que é esse policial. E hoje temos o reforço policial mesmo", relatou a diretora.
Desde a última terça-feira, 11, até hoje, segundo a SSPDS, um total de 5.288 unidades de ensino foram visitadas pela PMCE em todo o Ceará. Equipes da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros também realizam visitas em escolas.