Documentário sobre Menina Benigna, primeira beata do Ceará, é produzido pela TV Assembleia

Benigna Cardoso lutou para sobreviver e resistiu ao assédio de Raul Alves. Os dois estudavam numa escola no distrito de Inhumas, em Santana do Cariri. Hoje, ela é símbolo de resistência

14:46 | Abr. 15, 2023

Por: Gabriel Gago
Imagens de drone são capturadas durante cerimônia de beatificação da Menina Benigna, em 24 de outubro de 2022 (foto: Divulgação/TV Assembleia)

A história por trás da beatificação de Benigna instigou a TV Assembleia a produzir um documentário profundo e sensível da Menina que, hoje, é sinônimo de fé. Santana do Cariri, cidade onde viveu e morreu tragicamente, agora será palco da rememoração da primeira beata em som e imagem.

Morta no dia 24 de outubro de 1941, com apenas 13 anos de idade, Benigna Cardoso da Silva foi vítima de feminicídio — à época, quando o crime sequer era reconhecido de tal forma —, no sítio Oiti, onde morava com a família adotiva. Desde então, ela é conhecida, por fiéis, como mártir, e chamada de "Heroína da Castidade" pelo padre Cristiano Coelho, considerado seu mentor espiritual.

A repercussão foi tanta que motivou um processo feito pela diocese do Cariri em favor de sua beatificação, que havia sido autorizada pelo Vaticano em 2019, mas, devido à pandemia, foi adiada.

A equipe de produção acompanhou a cerimônia de beatificação de Menina Benigna, que ocorreu na mesma data de sua morte, porém em 2022, e também a romaria, no dia seguinte, 25, quando sua imagem foi transportada em procissão do Crato para Santana do Cariri.

O programa foi gravado durante duas viagens, realizadas em junho e outubro do ano passado. A sonorização do documentário e das reportagens especiais foi feita por Angela Gurgel e a reportagem por Janaína Gouveia. A pesquisa de produção e direção de fotografia são de Marcelo Alves.

O cinegrafista foi Salomão Costa. As imagens de drone são de Daniel Cardoso e o motorista das viagens a Santana do Cariri foi Fábio Virgílio.

Durante a visita à cidade, a equipe ouviu personagens primordiais para enriquecer a obra. A título de exemplo, compõe o elenco, as irmãs Sisnando — de 90 anos, mas ainda lúcidas —, devotos, historiadores, como Sandro Cidrão, criador do hino e da primeira imagem da face e da roupa dela (vestido vermelho, com bolinhas brancas, gola branca e uma faixa branca), líderes religiosos e políticos.

Uma personagem que traz a emoção que o documentário precisava, segundo quem participou da produção, a jornalista Ana Célia Oliveira, foi levada por Nair Feitosa, amiga que estudou com Benigna. “O depoimento dela [dona Nair] é muito comovente. Narra como tudo aconteceu. Desde o enterro à comoção geral na cidade”, diz Ana. 

Ana termina fazendo uma consideração: “Para a Igreja, a devoção pela Menina Benigna tinha começado a partir daquele momento [da beatificação], mas, na verdade, acontece a devoção por Benigna desde a morte dela. Porque o túmulo dela já começava a ser visitado. Foi, inicialmente, uma devoção espontânea. Então quando a Igreja entra no caso, essa devoção já estava muito presente nos fiéis do Cariri e até nos romeiros que moram próximos à região. A tendência é que a Benigna seja mais venerada pelo Brasil inteiro. Porque ela tem uma história muito bonita”.

Serviço: documentário sobre Menina Benigna

O especial “Menina Benigna, a beata do Ceará” vai ao ar no dia 22 de abril (sábado), às 20h, na TV Assembleia, com reprise no domingo (23/04), às 22h, no canal 31.1 e também no YouTube e no Facebook da Alece


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