Araras chega a 100% da capacidade e se torna o maior a sangrar no Ceará

Informação foi divulgada na noite desta segunda-feira, 10, por meio das redes sociais da Prefeitura e confirmada pela Cogerh

10:34 | Abr. 11, 2023

Por: Luciano Cesário
Foto de apoio ilustrativo. Açude Araras havia sangrado pela última vez em 2020 (foto: Emanuell Coêlho / AVA Aero Imagem)

O açude Paulo Sarasate, mais conhecido como Araras, começou a verter na noite desta segunda-feira, 10. A informação foi divulgada pela Prefeitura de Varjota, onde está situado o sangradouro do reservatório. No Portal Hidrológico do Ceará, mantido pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a informação da sangria foi dada nesta terça-feira, 11.

Em publicação no Instagram, a Prefeitura informou a sangria do açude por volta das 22h30min. "E o nosso gigante sangrou! Nesta segunda-feira, 10 de Abril de 2023 o açude Paulo Sarasate, mais conhecido como açude Araras, quarto maior reservatório do Estado do Ceará agora está oficialmente sangrando", diz trecho do postagem. 

Com ele, o Ceará tem 62 açudes sangrando e outros 11 com mais de 90% da capacidade. A última sangria do Araras foi em abril de 2020. Antes disso, o açude tinha atingido capacidade máxima em 2011.

Embora esteja tecnicamente transbordando, as águas do açude ainda não estavam descendo pelo vertedouro até às 23h20min, segundo um morador do município ouvido pelo O POVO.

"A sangria ainda é muito tímida e fraca. Ela acontece na lateral esquerda do sangrador, ainda não se espalhou", narrou o fotógrafo Emanuel Coêlho.

A expectativa pelo transbordo reuniu dezenas de pessoas às margens do vertedouro desde o começo da manhã desta segunda. Uma transmissão ao vivo no Youtube mostra em tempo real a situação do reservatório, cuja capacidade de armazenamento supera os 859 milhões de metros cúbicos de água.

O Araras está situado sobre o leito do rio Acaraú e corta os municípios de Pires Ferreira, Hidrolândia e Santa Quitéria, além de Varjota.

O reservatório foi construído em 1951 pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e possui grande relevância socioeconômica para a região Norte do Ceará. A reserva hídrica serve tanto para o abastecimento humano e atividades ligadas a piscicultura.