Por piso nacional, professores se reúnem com Elmano na segunda

Uma reunião ocorreu nesta quinta-feira, mas não chegou a acordo. Sindicato quer aumento de 14,95%

21:25 | Abr. 05, 2023

Por: Lucas Barbosa
Reunião entre representantes dos professores da Rede Estadual e do Governo do Estado durou mais de três horas (foto: Divulgação/Sindicato Apoec)

Representantes do sindicato Apeoc, que reúne os professores da rede estadual, se reuniram na tarde desta quarta-feira, 5, com o Governo do Estado para debater sobre a concessão do piso nacional do magistério à categoria. Não houve acordo, mas foi definido que, na próxima segunda-feira, 10, representantes da categoria se reunirão com o governador Elmano de Freitas (PT) e a secretária da Educação Eliana Estrela.

É pleiteado pelo sindicato aumento salarial de 14,95%. O valor seria ajustado retroativamente, repercutiria na carreira, sendo estendido também aos professores aposentados. De acordo com o presidente da Apoec, Anizio Melo, o sindicato não aceitou a proposta apresentada pelo Governo, que não atrelava o reajuste à carreira e previa esfacelamento dos 14,95% de aumento.

Conforme Melo, a reunião, que durou mais de três horas, foi “muito dura”, mas, ao final dela, “começou a aparecer avanços”. A expectativa dele é que, na reunião de segunda, haja uma “solução final” para o impasse.

“Nós compreendemos a situação nacional ainda de instabilidade econômica, de um governo, local e nacional, que ainda está se organizando”, diz Melo. “Temos governadores e prefeitos questionando a lei do piso, nenhum governador, até agora, aplicou o piso repercutindo para a carreira. Mas nós entendemos que o Ceará tem dado exemplo. Esperamos que o governador Elmano de Freitas não faça o Ceará andar para trás”, afirmou.

“Quem pode definir a tranquilidade do ano letivo ou não é o Governo Estadual do Ceará. Esperamos que, na segunda-feira, o governador, antes de embarcar para a China, possa resolver o problema interno e encontrar uma solução com a categoria”.

Desde o início do ano, o sindicato tem organizado calendário de mobilização da campanha salarial. Em 22 de março último, houve protesto que paralisou aulas em, pelo menos, 14 municípios, conforme divulgou a Apeoc. Uma paralisação para o próximo dia 26 chegou a ser anunciada pelos sindicalistas caso um acordo não seja feito.

Em 16 de janeiro último, o ex-governador do Estado e hoje ministro da Educação Camilo Santana (PT) anunciou o novo piso salarial do magistério em R$ 4.420,55 — aumento de 14,95% em relação ao piso de 2022, que era de R$ 3.845,63.

Dez dias depois, o governador Elmano afirmou que o Estado garantiria o aumento, mas não foi dada uma data para o reajuste. No último dia 16 de março, Elmano voltou a afirmar que o piso salarial seria concedido, acrescentando que isso ocorreria "nas próximas semanas".