Ceará chega a 26 açudes sangrando e atinge melhor acumulado dos dois últimos anos

Se mais dois açudes atingirem o estado de sangria nos próximos dias, ultrapassará o número de 2020

No Ceará, 26 açudes estão sangrando nesta terça-feira, 21. É a maior quantidade de reservatórios com capacidade máxima dos últimos dois anos na data, aponta diagnóstico do Portal Hidrológico.

O total somente fica atrás do observado em 2020, quando o Estado somava 27 açudes sangrando após os 21 primeiros dias de março. 

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Na análise do total da recarga hídrica, é a melhor dos últimos cinco anos, com 34,2% nos 157 açudes monitorados. No mesmo período, porém em 2022, o percentual era de 24,6%. 2021, 24,9%; 2020, 21,5%; 2019, 18,8% e, 2018, 8,4%. 

O açude Gangorra, no município de Granja, região de Coreaú, e Frios, na cidade de Umirim, localizado em Curu, amanheceram com a capacidade máxima atingida.

Boa parte das regiões hidrográficas cearenses se aproxima de atingir 100%. Acaraú, por exemplo, está com 71,46%, tendo quatro, dos seus 15 açudes, sangrando. Em Coreaú (88,93%), dos 10, três também sangram e quatro têm percentuais superiores a 70%.

O Litoral teve os índices mais expressivos desde o fim de semana. No quadro de monitoramento, Mundaú, Gameleira, Quandú, São Pedro Timbaúba e Poço Verde aparecem sangrando. Em apenas uma semana, a reserva em toda a região litorânea saltou de 62% para 85%.

A Região Metropolitana (66,75%) tem seus seis reservatórios vertendo. São eles: Acarape do Meio, Aracoiaba, Germinal, Itapebussu, Pesqueiro e Tijuquinha.

Banabuiú recebeu recarga proveniente das fortes quedas de chuvas dessa segunda-feira, 20. O açude São José I, localizado em Boa Viagem, foi o primeiro a verter na região.

Dos quatro maiores reservatórios do Estado, apenas o Araras, na Bacia do Acaraú, encontra-se em situação confortável, com 73,9% da capacidade ocupada. Orós está com 47,9%; o Castanhão, 20,8%; e o Banabuiú, somente 10,4%.

Saiba quais açudes estão sangrando:

  • Acaraú Mirim, em Massapê
  • Arrebita, em Forquilha
  • São Vicente, em Santana do Acaraú
  • Sobral, em Sobral
  • Caldeirões, em Saboeiro
  • Valério, em Altaneira
  • São José I, em Boa Viagem
  • Itaúna, em Granja
  • Tucunduba, em Senador Sá
  • Itapajé, em Itapajé
  • Gameleira, em Itapipoca
  • Mundaú, em Uruburetama
  • Poço Verde, em Itapipoca
  • Quandú, em Itapipoca
  • São Pedro Timbaúba, em Miraíma
  • Acarape do Meio, em Redenção
  • Aracoiaba, em Aracoiaba
  • Germinal, em Palmácia
  • Itapebussu, em Maranguape
  • Pesqueiro, em Capistrano
  • Tijuquinha, em Baturité
  • Cachoeira, em Aurora
  • Junco, em Granjeiro
  • Rosário, em Lavras da Mangabeira
  • Frios, em Umirim
  • Gangorra, Granja

Mais açudes devem sangrar

Caso as chuvas continuem, a tendência é que novos açudes alcancem a capacidade máxima de volume hídrico, segundo o secretário-executivo dos Recursos Hídricos do Ceará, Ramon Rodrigues.

João Lúcio Farias, presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), afirma que aportes significativos são necessários para que as chuvas ocorram de forma contínua e nos locais adequados.

“Isso decorre de uma das principais características do nosso regime de chuvas, a irregularidade no tempo e no espaço. Ou seja, nossas chuvas não são homogêneas no território, nem constantes”, expõe o presidente da Cogerh.

Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), todas as macrorregiões do Estado devem apresentar chuva até quinta-feira, 23, com os maiores acumulados esperados para a porção Oeste e Centro-Sul.

Atualizada às 10h35min de quarta-feira, 22

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