Aves ameaçadas de extinção repovoam Serra de Aratanha
Os periquitos cara-suja foram reinseridos na região por meio de translocação realizada por iniciativa do Projeto Cara-Suja em junho do ano passadoPeriquitos cara-suja, aves silvestres nordestinas ameaçadas de extinção, vêm repovoando a Serra de Aratanha, na Região Metropolitana de Fortaleza. Os animais foram reinseridos no ambiente em junho do último ano, por meio de iniciativa do Projeto Cara-suja. Com isso, a Serra de Aratanha se tornou o primeiro sítio cearense de repovoamento de uma ave brasileira em ameaça de extinção.
De acordo com informações da ONG Aquasis, a reprodução destes animais acontece entre fevereiro e junho, principalmente durante o período de chuvas e, com menos de um ano do repovoamento, 32 aves se reproduziram naturalmente.
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Conforme nota da Aquasis, a técnica que possibilitou a adaptação desses animais ao ambiente foi a translocação, por meio da qual populações criadas fora de cativeiro e seus ninhos são deslocados para outro local para fins de conservação. A espécie já viveu na região escolhida pelo projeto, que recebe umidade do litoral e tem maior resistência às secas.
As aves do gênero Pyrrhura, nativas da América do Sul, ao qual pertence a espécie, são ameaçadas, principalmente, pelo desmatamento humano. Ainda de acordo com informações da Aquasis, o periquito cara-suja, apesar de ser o único nativo da Caatinga, necessita de áreas de floresta secas e úmidas para a sobrevivência.
Além disso, o tráfico de animais silvestres e as políticas de extermínio também são fatores que contribuíram para o declínio da população destas aves no Nordeste. Apesar de ter povoado outros estados, atualmente, estes pássaros têm incidência no Ceará, nas regiões de Baturité, Quixadá e Ibaretama; e na Bahia.
Em 2010, a Serra de Baturité, local com maior incidência de animais da espécie, contava com apenas cem exemplares em vida livre, número que cresceu nos últimos anos diante das ações de preservação, chegando à população atual de 1.000 pássaros.