Ceará chega a 24 açudes sangrando; veja regiões com melhor situação hídrica

No Sertão Central, o açude São José I, em Boa Viagem, tornou-se o primeiro da bacia do Banabuiú a verter em 2023

13:19 | Mar. 20, 2023

Por: Marcela Tosi
Açude Araras, o quarto maior do Ceará, sangrou neste domingo. Foto de apoio ilustrativo. (foto: Emanuell Coelho / Especial para O POVO)

No Ceará, 24 açudes atingiram a capacidade máxima de armazenamento e estão sagrando nesta segunda-feira, 20. Na mesma data de 2022, o Estado tinha dez reservatórios vertendo. Segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), as chuvas registradas neste fim de semana geraram bons volumes de água, principalmente em reservatórios das regiões Norte, Sul e Litoral.

O Sertão Central também recebeu bons aportes. Com isso o açude São José I, em Boa Viagem, tornou-se o primeiro da bacia do Banabuiú a verter em 2023.

"A situação dos recursos hídricos hoje no Ceará é bem melhor do que no ano passado. A gente tinha um armazenamento da ordem de 4 bilhões de metros cúbicos (m³) de água e hoje estamos com 6 bilhões de m³", aponta Ramon Rodrigues, secretário-executivo dos Recursos Hídricos.

Os acumulados registrados na bacia hidrográfica do Litoral foram os mais expressivos dos últimos dias. Na região, já são cinco açudes monitorados sangrando: Mundaú, Gameleira, Quandú, São Pedro Timbaúba e Poço Verde. Em apenas uma semana, a reserva acumulada na bacia passou de 62% para 80%.

A Região Metropolitana também chama a atenção com seis reservatórios vertendo: Acarape do Meio, Aracoiaba, Germinal, Itapebussu, Pesqueiro e Tijuquinha. Rodrigues aponta que a expectativa é de que a região chegue a 100% da capacidade de armazenamento. Atualmente, esse valor está em 66%.

Para o secretário, a expectativa é importante para que o Ceará tenha reservas que garantam todos os usos durante o segundo semestre de 2023. Caso a bacia Metropolitana chegue ao máximo, o abastecimento humano da região com maior população ficará garantido e não haverá necessidade de transferir águas do Interior.

"Essa água ficando no Interior abastece aquelas populações e também (dá a possibilidade) de trabalhar com irrigação e com indústria, ou seja, gerar emprego e renda", completa Rodrigues.

Os maiores açudes do Ceará

Dos quatro maiores reservatórios do Estado, apenas o Araras, na Bacia do Acaraú, encontra-se em situação bastante confortável, com 73,6% da capacidade, expõe o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias. O açude Orós está com 47,5%; o Castanhão, com 20,6%; e o Banabuiú, com apenas 10%.

Farias explica que para que aconteçam aportes significativos é necessário que as chuvas ocorram de forma contínua e no local adequado. 

O quadro de reservação hídrica ainda varia de região para região. Bacias como a do Coreaú (86,2%), Acaraú (70,2%) e Metropolitana (66,1%) contrastam com as regiões hidrográficas do Banabuiú (11,8%) e Sertões de Crateús (13,4%).

“Isso decorre de uma das principais características do nosso regime de chuvas, a irregularidade no tempo e no espaço. Ou seja, nossas chuvas não são homogêneas no território, nem constantes”, expõe o presidente da Cogerh.

Confira quais açudes estão sangrando no Ceará:

  • Acaraú Mirim, em Massapê
  • Arrebita, em Forquilha
  • São Vicente, em Santana do Acaraú
  • Sobral, em Sobral
  • Caldeirões, em Saboeiro
  • Valério, em Altaneira
  • São José I, em Boa Viagem
  • Itaúna, em Granja
  • Tucunduba, em Senador Sá
  • Itapajé, em Itapajé
  • Gameleira, em Itapipoca
  • Mundaú, em Uruburetama
  • Poço Verde, em Itapipoca
  • Quandú, em Itapipoca
  • São Pedro Timbaúba, em Miraíma
  • Acarape do Meio, em Redenção
  • Aracoiaba, em Aracoiaba
  • Germinal, em Palmácia
  • Itapebussu, em Maranguape
  • Pesqueiro, em Capistrano
  • Tijuquinha, em Baturité
  • Cachoeira, em Aurora
  • Junco, em Granjeiro
  • Rosário, em Lavras da Mangabeira