Professora usa personagem Chaves para estimular aluno autista no CE
O aluno do 3º ano do ensino fundamental de escola de Juazeiro do Norte tem hiperfoco no personagem do seriado mexicano ChavesCada criança possui uma forma de se interessar pela aprendizagem das coisas e com o pequeno Raphael Silva, que é autista, não é diferente. Isso porque, como forma de incentivar que o aluno se interesse mais pelos estudos e permaneça em sala de aula, a professora Licaelle Rocha pensou em uma alternativa criativa e divertida.
O estudante do 3º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Mário da Silva Bem tem hiperfoco no personagem do seriado mexicano Chaves. Vendo isso, a educadora desenvolveu a estratégia. Ao O POVO, Licaelle conta que quando assumiu a sala do Atendimento Educacional Especializado no início do ano, ela conversou com os cuidadores que eram os mesmos do ano anterior para saber como funcionava o atendimento.
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“ O cuidador dele do ano passado, Mailson, me informou que ele amava o Chaves. Antes ele ia pra escola com um tecido na cabeça, para simular o chapéu do Chaves. Quando o cuidador percebeu do que se tratava, tratou de presentear o menino com o chapéu que ele usa atualmente, que lembra o do Chaves”, contou Licaelle.
“Diante disso, eu estava pensando em estratégias para que Raphael permanecesse em sala de aula, já que ele tem resistência a ficar no ambiente. Fui dormir pensando nisso e quando acordei, coloquei na cabeça que ia fazer um barril pra colocar a cadeira dele, como ele usa agora. Era uma forma de tentar atrair a atenção dele”, relata.
A professora conta que os atendimentos na sala do atendimento especializado ainda não começaram, já que, durante a pandemia, o núcleo estava sem professor. Com isso, a sala não estava adequada para uso por estar preparada para receber os pequenos. “Na sala regular eu sempre oriento os professores a seguir os interesses do aluno. É uma forma de tentar prender sua atenção”, disse.
Aí vem o Chaves…
Raphael tem gosto pelo personagem Chaves, tanto que a professora relatou ao O POVO que ele desenha toda a turma do seriado no quadro, além de fazer alguns nomes dos personagens. Com isso, surgiu a ideia de produzir o barril como estratégia para que o menino permanecesse na sala.
Licaelle conta que a princípio pensou em produzir o acessório em papelão, mas depois de conversar com os cuidadores conseguiram a doação de um barril de plástico, para que não se desgastasse rápido. “O cuidador dele, o Tiago, conseguiu a doação do barril e eu comprei as tintas para pintar. O EVA usado na decoração tinha na própria escola”, comentou.
“Tiago e eu cortamos o barril, lixamos e depois o lavamos para pintar. Depois eu decorei com EVA”, explicou. Ela disse ainda que o menino tem interesse na língua russa e que ele sabe todo o alfabeto no idioma.