Hemoce alcança marca de 100 coletas de medula óssea

O voluntário que doou a centésima medula foi chamado a fazer o transplante 18 anos depois de ter se cadastrado

08:58 | Mar. 02, 2023

Por: Gabriela Monteiro
As doações coletadas no Hemoce já foram enviadas a outros estados e países (foto: Divulgação/Hemoce)

A marca de cem coletas de medula óssea alogênica não aparentada foi alcançada pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) nesta semana. O material doado será encaminhado para um paciente de fora do Estado. 

O serviço de doação de medula é oferecido ao povo cearense há mais de dez anos já enviou bolsas para outros estados e países.

De acordo com informações do Hemoce, o voluntário que doou a centésima medula coletada foi chamado a fazer o transplante 18 anos depois de ter se cadastrado. Ele realizava uma doação de sangue no Hemoce quando foi convidado a se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).

O doador falou da sensação de ser o centésimo doador de medula coletada no Estado: “Eu sei que estou ajudando alguém que não pôde ser ajudado por outra pessoa. Fiquei muito feliz com essa oportunidade. Precisamos ser a mudança que tanto procuramos nos outros, porque as pessoas não mudam com cobranças, e sim com o bom exemplo”.

Por meio do Redome, são captados voluntários que possam ter compatibilidade com os pacientes que necessitam do transplante.

Segundo, coordenadora de Captação de Doadores da unidade estadual, o hemocentro atua em parceria com o Redome para o cadastro de pessoas, auxiliando na localização das mesmas quando preciso.

Doação de medula óssea: como se cadastrar

Quem quiser ser doador de medula óssea pode se cadastrar em uma das unidades do Hemoce em Fortaleza ou no Interior. Para ser um doador, é necessário ter entre 18 e 35 anos e não possuir histórico pessoal de doenças oncológicas.

Aproximadamente 220 mil voluntários já foram cadastrados pelo Hemoce no Redome. Das cem amostras de células recolhidas, 60 foram enviadas para transplantes em outros estados e 40 para outros países, como Argentina, Estados Unidos, Canadá, Itália, França, Portugal, Holanda, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Turquia e Israel.

“O serviço permite que pacientes sem doador na família e residentes em qualquer lugar do mundo tenham acesso ao tratamento curativo do transplante de medula óssea a partir das células-tronco coletadas pelo Hemoce de doadores voluntários e anônimos”, explica Luany Mesquita, diretora de Hematologia da instituição.


Novos meios de buscar doadores de medula óssea

No início de 2023, foi publicada a lei nº 14.530, que permite que os hemocentros do País solicitem dados de doadores de medula óssea a órgãos administrados direta ou indiretamente pela União, de estados e municípios.

A alternativa viabiliza encontrar voluntários quando não se conseguir localizá-los por meio do cadastro no Registro ou quando as informações estiverem desatualizadas. Nágela conta que um dos obstáculos é a localização de pessoas que mudaram de telefone ou endereço.


“Diante de qualquer alteração nos dados, é possível atualizá-los nas unidades do Hemoce ou no aplicativo do Redome”, explica.