Mpox no Ceará: força de transmissão da doença se esgotou, analisa secretário

Desde junho de 2022, o Ceará registra 581 diagnósticos da doença. A maioria são homens de 20 a 39 anos de idade

11:53 | Mar. 01, 2023

Por: Marcela Tosi
Em novembro, a OMS anunciou a troca do nome "varíola do macaco", "monkeypox" em inglês, por "mpox" (foto: Fiocruz/Direitos reservados)

Em 2023, apenas três casos de mpox foram registrados em pacientes cearenses. O primeiro caso foi confirmado oficialmente no Ceará no dia 29 de junho de 2022. Desde então, o Estado registra 581 diagnósticos, conforme dados da Secretaria da Saúde atualizados nessa terça-feira, 28. São ainda seis casos suspeitos em investigação.

A maioria dos casos de mpox no Ceará foram registrados em Fortaleza: a Capital concentra 425 diagnósticos, o equivalente a 73% do total. Em seguida estão Caucaia (23), Maracanaú (17), Sobral (17) e Itaitinga (13).

Quanto ao sexo e à faixa etária dos pacientes, a maioria são homens de 20 a 39 anos de idade (393 casos).

No momento mais crítico de transmissão da doença no Estado, na primeira semana de setembro, foram registrados 76 casos de mpox. Desde outubro, os casos caem continuamente chegando a semanas sem qualquer diagnóstico.

"Quando houve a explosão dos primeiros casos, e por ser um vírus, pensava-se que poderia haver uma emergência global de maior porte, mesmo não sendo uma doença frequentemente letal", explica Antônio Lima, secretário executivo de vigilância em saúde na Sesa.

"Logo depois, percebemos um esgotamento da força de transmissão da doença. Tivemos grupos que se infectaram, não chegamos a vacinar, e a doença foi controlada. A própria dinâmica de transmissão se esgotou." 

O secretário explica que a doença segue monitorada pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs/Ceará) em razão de compromissos nacionais e internacionais.

Em 15 de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu manter o nível de alerta máximo para a epidemia de mpox, apesar da redução do número de casos registrados no mundo. 

"Mas hoje não é uma doença que esteja ainda em progressão, isso posso afirmar com tranquilidade. Apenas um fato novo poderia inverter essa tendência", enfatiza Lima.

A doença, endêmica em alguns países do oeste da África, é caracterizada por erupções cutâneas, que podem aparecer nos órgãos genitais ou na boca, e serem acompanhadas por febre e dores de garganta.

Os principais sintomas indicados pelos pacientes cearenses são erupção cutânea, febre, lesão genital, inchaço nos gânglios, dores de cabeça e fraqueza.

Lima aconselha que a principal medida é buscar uma unidade de saúde assim que notar alguma erupção cutânea.