Reserva hídrica: em um ano, Castanhão mais que dobra de volume
Reserva atual corresponde a 19,57% da capacidade do açude. Nas mesma data de 2022, reservatório tinha volume de 8,35%O açude Castanhão, no Vale do Jaguaribe, mais que dobrou seu volume ao longo dos últimos 12 meses. Segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o maior reservatório do Ceará está com 19,57% da sua capacidade máxima. Em 22 de fevereiro de 2022, o volume do reservatório era de 8,35%.
Nestes dois primeiros meses de 2023, o Castanhão recebeu cerca de 50 milhões de metros cúbicos (m³) de água. O aporte é o segundo maior do Estado neste ano, ficando atrás apenas do Orós — que recebeu mais de 60 milhões de m³.
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A Região Jaguaribana, onde o Castanhão está localizado, recebeu uma média de 975,9 milímetros (mm) de chuva durante todo o ano de 2022. A média histórica anual para a macrorregião é de 774, 7 mm. Assim, houve um saldo positivo de 26%.
Durante o último ano, o melhor volume no açude foi registrado no dia 27 de junho, quando foi computado 24,68%. A última vez em que esteve em torno de 25% foi em janeiro de 2015, quando já passava por uma queda contínua na quantidade de água armazenada.
"Estamos hoje com a reserva do Estado em torno de 31%. Isso é situação de alerta se pensarmos no Estado como um todo, mas a distribuição das chuvas não é homogênea no tempo e no espaço", explica Bruno Rebouças, diretor de operações da Cogerh. "Algumas regiões estão mais confortáveis, como Coreaú, Acaraú e Baixo Jaguaribe, e outras regiões, como do Banabuiú, que estão em situação mais crítica."
O terceiro maior açude cearense guarda somente 8,9% da capacidade. "É uma bacia que precisa de bastante atenção, mas a população continua sendo atendida", assegura Rebouças.
Ele avalia que o Castanhão "praticamente não perdeu água desde o início do ano" e "não é o mais habitual" ter bons aportes no começo do ano. "Estamos começando a quadra chuvosa e os reservatórios têm uma vazão menor – somente para abastecimento humano, dessedentação animal e alguma irrigação complementar –, uma vez que ninguém irriga quando está chovendo."
A Cogerh aguarda o fim da quadra chuvosa para, junto aos comitês de bacia, definir como será a operação dos açudes para o final do ano e começo do ano seguinte. Segundo o diretor de operações, chuvas acima da média não garantem aportes acima da média e uma gestão compartilhada é necessária porque "no semiárido, o ano seguinte sempre é uma incerteza".
Açudes no Ceará
De acordo com o resenha de monitoramento mais recente, publicada pela Cogerh nesta quarta-feira, 22, quatro dos 157 açudes monitorados no Estado estão sangrando: Muquém, Germinal, Tijuquinha e Rosário. Outros seis estão entre 90% e 100% de sua capacidade.
Na outra ponta, alguns reservatórios passam por escassez. No Estado, 69 açudes estão com volume abaixo de 30% da capacidade. Desses, 18 encontram-se com o volume morto, termo utilizado para definir os açudes que têm água, mas não em nível suficiente para que haja retirada para abastecimento. Outros nove estão secos.
Castanhão: maior açude do Ceará
A capacidade total do Castanhão é de 6,7 bilhões de metros cúbicos de água (m³). É o equivalente a mais que o triplo da capacidade do açude Orós, o segundo maior do Estado.
O Ceará tem capacidade hídrica total de 18,6 bilhões de m³. Assim, o Castanhão pode deter sozinho cerca de 36% de toda a água que o Estado consegue armazenar.
Já o menor açude monitorado pela Cogerh é o Tijuquinha, em Baturité, com 480 mil m³ de capacidade. A capacidade corresponde a 192 piscinas olímpicas de 20 metros de profundidade. O Castanhão equivale a 13.958 Tijuquinhas.
Atualizada às 17h10min