Em dois anos, 53,2 milhões em bens de criminosos são confiscados no Ceará
Em 2022, veículos apreendidos pela Polícia Civil respondem pela maior parte dos valores confiscados, tendo sido avaliados em R$ 11 milhõesEm 2021 e 2022, a Polícia Civil do Ceará confiscou, respectivamente, R$ 26 milhões e R$ 27,2 milhões em bens de criminosos no Estado. Os dados são do Departamento de Recuperação de Ativos, da Polícia Civil, e foram divulgados nesta quinta-feira, 2 pela própria corporação.
Conforme a Polícia Civil, dentre os bens confiscados em 2022, os maiores valores são referentes a veículos apreendidos e contas e investimentos bloqueados. Foram R$ 11 milhões em veículos apreendidos e R$ 11,2 milhões em contas e investimentos bloqueados. Já em imóveis foram apreendidos R$ 2,8 milhões e valores em espécie e outros bens totalizam mais de R$ 2 milhões.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A Polícia Civil ainda afirmou que parte da estratégia do órgão para combater organizações criminosas consiste em descapitalizar seus integrantes. As apreensões ainda podem ser revertidas para o Estado.
Se leiloados, os bens apreendidos podem convergir para o Fundo de Segurança Pública e Defesa Social (FSPDS), usado para políticas de prevenção e investimentos nas polícias. Os bens ainda podem ser incorporados a serviços do Estado, como, por exemplo, na utilização dos veículos apreendidos como viaturas descaracterizadas.
Conforme divulgado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), em comunicado de imprensa, o delegado-geral Márcio Gutiérrez afirmou que a Polícia Civil atua em duas vertentes no combate a organizações criminosas.
“A primeira consiste em identificar, localizar e prender aqueles integrantes de alta hierarquia dentro dessas organizações criminosas, são aquelas pessoas que possuem o poder decisório. Paralelamente, atuamos na desestruturação desses grupos através da asfixia financeira, onde focamos no patrimônio que é auferido através das atividades criminosas”.
Como O POVO mostrou em reportagem de 10 de julho de 2022, de 2017 a 2021, a Polícia Civil sequestrou R$ 187 milhões em bens de suspeitos de integrar grupos criminosos. A apreensão mais vultosa foi a de um helicóptero avaliado em R$ 5,5 milhões.
A aeronave foi utilizada nos assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Sousa, o Paca, chefes da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) mortos em fevereiro de 2018 em Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza).