Estado planeja mutirão com clínicas privadas para zerar fila de cirurgias eletivas
Estabelecimentos privados vão receber remuneração do governo estadual para realizar procedimentos de pacientes da rede públicaO Ceará iniciou 2023 com mais de 62 mil pessoas na fila de espera por cirurgias eletivas. Para desafogar a rede estadual de Saúde e garantir que a população tenha acesso aos procedimentos, o Governo do Estado planeja firmar parcerias com clínicas privadas para a oferta de mutirões de cirurgias. A informação foi revelada pelo governador Elmano de Freitas (PT) em entrevista ao O POVO.
De acordo com o chefe do Executivo, a ideia é que os estabelecimentos particulares absorvam parte da demanda da rede pública. As clínicas credenciadas vão receber remuneração condizente com o valor de mercado para disponibilizar espaço, estrutura e profissionais para a realização das intervenções cirúrgicas.
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“O plano já existe. Ele prevê o aumento significativo da rede de regulação de cirurgias no Ceará. Nós devemos ir ao Governo Federal, porque recebemos a sinalização de que pode haver uma colaboração financeira com isso”, pontuou o governador, acrescentando que a força-tarefa requer investimento na casa dos R$ 145 milhões.
A fila de pessoas aguardando procedimentos eletivos no Ceará aumentou significativamente durante os primeiros anos da pandemia, quando os procedimentos tiveram que ser suspensos devido à pressão sobre a rede hospitalar do Estado causada pelo aumento de internações relacionadas à covid-19.
“Nós já temos organizados quantas cirurgias, cada especialidade e em que região elas precisam ser feitas”, disse Elmano. Em 2022, o sistema de regulação do Estado realizou cerca de 67,5 mil cirurgias, atendendo pouco mais da metade da demanda anual. "Queremos aumentar essa capacidade. Já temos o desenho de como será feito”, completou o governador.
A intenção, conforme Elmano, é que os mutirões sejam lançados ainda no primeiro semestre deste ano. Detalhes operacionais do plano serão definidos pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) em reuniões com representantes de clínicas privadas da Capital e do Interior. Os primeiros encontros devem acontecer ainda em janeiro.