Izolda diz que educação do Ceará é exemplo para o MEC, mas evita falar em "excelência"
Futura secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC) do Governo Lula, a governadora do Ceará aponta que, no Estado, existe um histórico de continuidade de políticas na área
09:15 | Dez. 30, 2022
Anunciada como futura secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC), a governadora do Ceará, Izolda Cela, defende que, apesar de o Ceará ser referência nacional na área, ela evita falar em "excelência". A declaração foi dada na manhã desta quinta-feira, 29, em entrevista exclusiva ao O POVO.
Segundo ela, o ex-governador e senador eleito Camilo Santana (PT) foi escolhido para chefiar a pasta da educação pelo "perfil agregador, que ouve pessoas, que chama o diálogo", para além dos resultados cearenses na educação básica. Izolda será a número dois do MEC no Governo Lula.
"Eu penso que esse chamamento do presidente ao governador Camilo tem a ver com isso (sucesso da educação básica no Ceará), com esse exemplo de trabalho. Eu sempre gosto de dizer que não abro a minha boca para falar de 'resultados de excelência', mas é um resultado importante, especialmente comparado com o que éramos e com os nossos pares", analisa.
"O Ceará se projeta, mesmo com os estados mais ricos, com as regiões mais ricas, positivamente", compara ainda a governadora, que foi vice de Camilo Santana.
Projetando a gestão futura do MEC, Izolda citou que o perfil de Camilo pode aproximar a gestão federal de entes estaduais, "terceiro setor, especialistas, acadêmicos". "Tem muita gente vendo que precisa contribuir para ajudar nessa reconstrução (da educação brasileira). Ela ressaltou ainda que a área é uma das três prioridades elencadas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado da saúde e do combate à fome.
Ainda segundo Izolda, o primeiro passo do MEC comandado por Camilo e por ela será fazer um diagnóstico preciso do setor, algo que começou a ser traçado durante a transição entre os governos Bolsonaro e Lula. Nós não podemos perder tempo, mas não podemos ter pressa com as coisas sob pena de comprometer a substância, pois não nos interessa fazer que acabe na primeira 'mudança de vento'", analisa.
A governadora ressalta como modelo as gestões de educação no Ceará desde o governo Cid Gomes (2007–2015), de quem foi secretária por sete anos. "Nossa história mostra a importância da sustentabilidade (de políticas públicas). Ao longo dos anos, mudanças de gestão, de prefeituras, e às vezes temos renovações muito fortes nas eleições municipais, mas não vemos descontinuidade da política da educação (no Ceará). Isso é bacana, é algo que eu considero promissor".
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