Censo 2022: municípios do Interior diminuem, Grande Fortaleza cresce; entenda
Prévia do recenseamento mostra que 78 municípios cearenses tiveram queda em suas populações. Em outras 106 cidades, a população cresceuDados prévios do Censo 2022, divulgados nessa quarta-feira, 28, já permitem fazer alguns apontamentos e identificar curiosidades sobre o Ceará. Em comparação com o recenseamento mais recente, de 2010, 78 municípios do Estado registraram queda em suas populações, enquanto 106 tiveram ganho populacional.
Francisco Lopes, superintendente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Ceará, aponta que alguns fatores já percebidos podem explicar a redução de alguns municípios. “Temos observado que o número de nascimentos têm reduzido sensivelmente. Há também, nas últimas décadas, uma queda na taxa de fecundidade”, diz. “Além disso, a mortalidade geral cresceu de 2010 para 2022 na maioria dos municípios. Evidentemente, isso tem relação com a pandemia de Covid-19.”
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Diante disso, Lopes afirma que “é claro que vamos ter municípios que vão reduzir a população.”
Conforme o superintendente, o crescimento da população se deu principalmente na Região Metropolitana de Fortaleza. Entretanto, “ainda não deu tempo de verificar as causas.”
Lopes avalia o processo do Censo 2022 como satisfatório e fundamental para o Brasil. “O último dado geral que temos é de 2010, então as políticas públicas planejadas nos últimos 12 anos estão ainda com base em 2010. Precisa haver uma revisão e um replanejamento”, enfatiza.
“Na vacinação de crianças, por exemplo. Se nascem menos crianças, é evidente que o número estimado de crianças a partir de 2010 está muito elevado para o total de crianças que realmente existem. Por essa razão muitos municípios não conseguem alcançar as metas de vacinação”, explica.
Outra área apontada pelo superintendente é a educação. “Temos uma diminuição das crianças na faixa até o Ensino Fundamental, mas temos a necessidade de mais vagas para o Ensino Médio, porque há uma mudança na pirâmide etária”, expõe.
Lopes também chama atenção para o aumento da expectativa de vida e, portanto, do total de pessoas com idade acima de 60 anos.
“O Censo é fundamental para planejamentos e investimentos durante toda uma década e, por isso, adiamos a finalização a fim de obter um dado o mais próximo possível da realidade. Já temos ótimos indicadores, mas queremos aprimorar cada vez mais”, completa o superintendente.
Recenseadores estão em campo desde 1º de agosto. A previsão inicial do IBGE era encerrar em 31 de outubro. Agora, Lopes estima o encerramento das coletas em 31 de janeiro e a divulgação dos dados finais em março.
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