Ceará tem quatro das cinco cidades com mais casos de chikungunya no Brasil

Até o momento foram confirmados 93 óbitos decorrentes da doença no Brasil. O Ceará concentra 41,9% (39) dessas mortes

Desde janeiro, 172.082 brasileiros foram diagnosticados com chikungunya. Conforme o Ministério da Saúde, a região Nordeste apresentou a maior incidência (257,1 casos/100 mil habitantes), seguida do Centro-Oeste (36,1 casos/100 mil hab.) e do Norte (26,4 casos/100 mil hab.). Entre os municípios, quatro dos cinco com maior quantidade de casos estão no Ceará.

Fortaleza lidera o ranking nacional, concentrando um oitavo do total de casos de chikungunya no País. São 20.555 casos confirmados até o dia 17 de dezembro.

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Brejo Santo, Crato e Juazeiro do Norte também estão entre as cidades destacadas pelo Ministério da Saúde.

Os municípios que apresentaram os maiores registros de chikungunya neste ano foram:

  • Fortaleza (CE), com 20.555 casos
  • Maceió (AL), com 5.851 casos
  • Brejo Santo (CE), com 3.668 casos
  • Crato (CE), com 3.393 casos
  • Juazeiro do Norte (CE), com 3.055 casos 

Até o momento foram confirmados 93 óbitos decorrentes da doença no Brasil. O Ceará concentra 41,9% (39) dessas mortes. Outros 15 óbitos estão em investigação no País.

Vulnerabilidade de áreas e menor controle do mosquito em Fortaleza

Na Capital, a suscetibilidade de alguns bairros onde a população não teve contato com o vírus é uma das explicações para o alto impacto da chikungunya. Dificuldades em conter o mosquito Aedes aegypti também contribuem para o quadro atual.

"Fortaleza teve uma grande epidemia de chikungunya em 2017, mais de 60 mil casos confirmados e mais de 100 óbitos", aponta Atualpa Soares, gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). "Apesar disso, determinadas áreas do município não foram atingidas e esperávamos que essas áreas fossem atingidas por surtos em 2018. Isso não ocorreu; a gente conseguiu conter e 2018 foi o ano com menos casos de arboviroses."

Soares afirma que o esperado para 2018 acontece agora, cinco anos depois. "O que agrava neste ano é que a pandemia de Covid-19 nos impediu de fazer o controle vetorial", afirma se referindo às ações de eliminação dos focos de Aedes aegypti. "Passamos 2020 praticamente todo e a maior parte de 2021 sem adentrar nos imóveis e quatro a cada cinco focos estão dentro das casas."

O gerente de vigilância destaca as ações de inteligência, prevenção e educação como principais pontos de trabalho de contra as arboviroses. "Os agentes de endemias e os educadores sociais fiscalizam e ensinam como combater o mosquito. Também estudamos para procurar prever os locais mais propensos à disseminação do Aedes e agir para eliminar esses depósitos", completa.

*Atualizada às 9h45min de 29/12/2022

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