Projeto vai monitorar águas subterrâneas do Cariri

Segundo os pesquisadores, o objetivo é garantir um maior controle e, consequentemente, uma maior segurança hídrica para a região do Cariri.

13:05 | Nov. 22, 2022

Por: Gabriel Damasceno
MISSÃO VELHA,CE,BRASIL,21.06.2017: Álamo Feitosa Saraiva,56, paleotólogo da URCA. Geossítio Cachoeira,localizado em Missão Velha. Este geossítio é caracterizado por arenitos da formação Cariri, com aproximadamente 420 milhões de anos. Os sedimentos arenosos que originaram este arenito foram depositados quando a região, que corresponde hoje ao sul do Ceará, foi invadida por águas de um mar raso, antecedendo a formação da Bacia Sedimentar do Araripe. (fotos: Tatiana Fortes/O POVO) (foto: TATIANA FORTES)

A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) está desenvolvendo um projeto para obter mais controle e informações acerca das reservas subterrâneas do Cariri. A iniciativa é da gerência de estudos e projetos da companhia.

O projeto consiste, basicamente, em um monitoramento que será realizado em aquíferos na região da bacia do Araripe e da bacia potiguar, localizada no extremo-leste do Ceará.

O estudo será realizado por meio de isótopos ambientais que são utilizados em pesquisas como marcadores cronológicos, ou seja, eles irão conseguir dizer, entre outras coisas, a idade dos aquíferos da região.

“Eu diria que seria possível rastrear a recarga de aquíferos relacionando com a água de chuva, ou seja, nós vamos poder quantificar essa recarga. Afirmar, por exemplo, se essa reserva é mais nova ou mais antiga, com base nesses isótopos”, explica Zulene Almada, coordenadora da gerência de estudos e projetos Cogerh, em entrevista à Rádio CBN Cariri.

 

Segundo Zulene, a iniciativa também está diretamente ligada à segurança hídrica da região. “A gente precisa, de fato, saber se a água que nós estamos utilizando na região em algum momento é uma água fóssil ou se ela é uma mistura”.

O monitoramento será feito em parceria com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e com a Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Ao todo, serão 3 anos de pesquisas. Porém, o prazo pode aumentar, contemplando também outros aquíferos do estado.