Estado lança projeto "Ceará sem Lixo no Mar" para combater a poluição do plástico nas águas
Movimento será oficialmente lançado no dia 19 de novembro, no Cumbuco, em Caucaia.O secretário de Meio Ambiente do Ceará, Artur Bruno, divulgou informações sobre o programa “Ceará sem Lixo no Mar”, nesta quinta-feira, 3, no Cine Cocó. Este programa tem o intuito de propor ações de combate a poluição do plástico em rios e oceanos, de forma sistêmica e duradoura. O Movimento será oficialmente lançado no dia 19 de novembro, no Cumbuco, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Conforme Bruno, cerca de 20 municípios litorâneos do Ceará assinarão um termo de compromisso com ações de preservação ao ecossistema marinho e conservação de praias.
A reunião teve a presença de pelo menos seis representantes de cidades cearenses (Trairi, Amontada, Caucaia, Aracati, Beberibe, Icapuí, Fortaleza e São Gonçalo do Amarante). A ideia é que esses projetos contra a poluição dos mares sejam tratados como uma política de Estado, e não somente do governo Camilo-Izolda.
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“Em 2023, teremos planos específicos para cada região e cidade litorânea do Ceará, em relação ao combate do lixo no mar. Além disso, entidades como a BlueKeeper , relata Bruno. A organização citada é um projeto integrado à Organização das Nações Unidas Brasil, com objetivo é mobilizar recursos e engajar empresas, governos e sociedade pelo combate à poluição crônica do oceano por resíduos sólidos.
Segundo a coordenadora de projetos da entidade, Gabriela Gomes, a cada minuto, no mundo, é despejado uma quantidade de lixo semelhante a uma carga de um caminhão de limpeza no mar. "80% do lixo no mar foi gerado em fontes terrestres. Queremos trazer parceiros que cumpram tratados com metas a serem cumpridas até 2024”, afirmou.
Na reunião, o secretário repassou detalhes sobre o evento do dia 19. Na ocasião serão notificados os municípios cearenses que cumpriram as proposições do programa Praias Limpas. A Certificação Praia Limpa foi criada com o objetivo de identificar as praias cearenses que desenvolvam ações e medidas efetivas de proteção, qualidade ambiental e infraestrutura para o favorecimento da atividade turística sustentável.
“Nós precisamos salvar a biodiversidade e desenvolver o turismo sustentável. Nós precisamos dar melhores condições a nossa praia e nosso mar. Isso está dentro de uma política mais ampla que visa garantir condições de saúde e meio ambiente sustentável para a população.”
Importância da preservação ambiental
Professor e pesquisador no Instituto de Ciências do Mar (Labomar/UFC), Fábio Matos, explicou que os danos do lixo no mar são inúmeros, tanto a curto quanto a longo prazo. "Para o meio ambiente, nota-se os inúmeros prejuízos à esfera da vida marinha, com processos de ingestão de resíduos por peixes e mamíferos marinhos, prejudicando toda a cadeia trófica."
"Para a sociedade temos os riscos da ingestão de animais contaminados por microplásticos em seu trato digestivo, podendo resultar em prejuízos à saúde humana. Além do impacto à atividade pesqueira, que pode resultar em prejuízos às comunidades tradicionais costeiras e à segurança alimentar", explica o professor.
Fábio argumenta que reservar o meio ambiente pode significar fomentar um desenvolvimento social e econômico do nosso Estado a longo prazo, possibilitando que as gerações futuras possam ter igual acesso aos serviços ambientais existentes.
Lei do Mar e o ensino da cultura oceânica
O secretário aproveitou a reunião para apresentar mais dois projetos que se tornarão políticas de Estado: a Lei do Mar e a adoção dos estudos da ciências do mar, nas escolas do Ceará. A lei do mar trará diretrizes, objetivos e instrumentos de melhoria das condições do nosso mar. O projeto já está sendo votado na Assembleia Legislativa do Ceará.
“O Ceará tem 249 mil quilômetros de mar territorial. Precisamos nos atentar com a biodiversidade, fauna e flora. Nós queremos que a economia do mar se desenvolva, desde que também haja a preservação da biodiversidade na nossa fauna e da nossa flora”, diz Bruno.
Em relação a pauta da educação, o secretário informou que a cultura oceânica precisa estar dentro do currículo da educação, nas escolas do Ceará. “Por isso, a governadora Izolda Cela (Sem Partido) assinará um decreto incluindo a chamada cultura oceânica, conhecimento sobre a biodiversidade, da importância do na educação ambiental, nas escolas estaduais. Isso será feito brevemente.”
Cumbuco é bandeira Azul
A Praia do Cumbuco, em Caucaia, alcançou a certificação Bandeira Azul 2022/2023. Este é um prêmio ecológico internacional concedido a praias, marinas e embarcações de turismo. Para receber o selo Bandeira Azul, a praia precisou adotar critérios como foco em gestão ambiental, qualidade da água, educação ambiental, segurança e serviços, turismo sustentável e responsabilidade social atendidos, mantidos e comprovados anualmente.
Conforme apuração da Sema, a praia é a única do Ceará a alcançar esse reconhecimento. Em toda a região Nordeste, apenas três praias eram certificadas, todas elas na Bahia. "O Cumbuco é um exemplo para todo o Estado, pois é a única praia do Ceará com a certificação internacional. É um reconhecimento extremamente rigoroso."
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