Ceará chega a quase mil focos de calor em 2022; entenda
Pesquisadora da Funceme explica os malefícios do aumento das queimadas e revela que estas práticas tendem a ser mitigadas por meio do desenvolvimento tecnológico
20:48 | Out. 25, 2022
Imagens de satélite, indicadores da presença de calor em determinada região, apontam que o Ceará já registrou cerca de mil focos de calor até o mês de outubro deste ano. Em 2021, o número foi de 4.379, o maior desde 2011, segundo revela o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Ainda de acordo com os dados divulgados pelo Inpe nesta terça-feira, 25, o Estado é o quarto que mais registrou focos de queimadas no Nordeste em 2022 desde janeiro até o início de setembro. A época de pico do calor, no entanto, costuma ser em novembro.
Juliana Vieira, pesquisadora da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), explica que é a partir do segundo semestre, quando as chuvas reduzem, o cenário já costuma ficar favorável às queimadas, porque há temperaturas mais elevadas, baixa umidade do ar e também vegetação seca.
A composição química na atmosfera, que agrava o aquecimento global, levando à perda da biodiversidade local, além das questões socioeconômicas, onde o a terra fica inapta para a agricultura, fazendo com o que o homem do campo tenha que se deslocar para outras regiões, são apenas alguns dos males causados pelas queimadas.
"O impacto maior é o seu empobrecimento, visto que, durante esta prática, a matéria orgânica, que é a reserva nutricional para as plantas, é destruída”, reforça a pesquisadora da Funceme.
"Com o desenvolvimento da tecnologia, surgiram outras práticas que podem substituir o uso do fogo. Alguns países já utilizam máquinas para fazer o preparo da terra para o plantio. No semiárido, porém, nem todos os agricultores têm acesso a este tipo de tecnologia e acabam se utilizando das queimadas para realizar a limpeza de áreas", finaliza.
Previna
Em 2018, o programa Previna, realizado pelo Governo do Estado do Ceará, em parceria com a Funceme, criou um mapa que indica as áreas mais susceptíveis a incêndios florestais e queimadas, cujo o uso do fogo não é permitido em um determinado período do ano.
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