Monkeypox: número de novos casos no Ceará está em queda
Apesar de apresentar curva descendente de novas confirmações, ainda não é possível afirmar que período mais grave passou, segundo Sarah Mendes, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa)
23:21 | Out. 13, 2022
Prestes a somar 400 casos de monkeypox, o Ceará apresenta redução progressiva de novos casos confirmados da doença há quatro semanas. Segundo Sarah Mendes, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), todos os 397 casos registrados no Ceará foram leves e não houve necessidade de internação.
Outros 802 pacientes tiveram suspeita de monkeypox descartada após resultado do exame laboratorial e 210 estão com quadro sob investigação. Os números são da plataforma IntegraSUS, da Sesa.
"Apesar da gente tá na casa dos 400 casos, a gente tem que observar os descartados. São mais do que o dobro disso [confirmados], porque temos uma sensibilidade muito alta. Os casos estão sendo diagnosticados em tempo oportuno, para evitar que se dissemine", avalia a secretária.
Ela diz que a redução no número de novas confirmações é observada desde a Semana Epidemiológica (SE) 36, quando foram confirmados 76 casos. A semanas seguintes apresentaram redução consecutiva: 50, 39 e 37 casos. Na SE 40 (de 2 a 8 de outubro), foram somados 16 novos casos.
"De lá para cá, veio reduzindo. É um bom sinal, está regredindo. Está compatível com o que está acontecendo no Brasil, que está com curva descendente desde a semana 32, em agosto. Um mês depois do Brasil, o Ceará começou a reduzir a velocidade da transmissão", comparou Mendes.
Apesar do cenário de redução, ela pondera que ainda não é possível dizer que a fase mais crítica da doença no Ceará já passou. "Estamos em queda, em curva descendente. Mas gente está observando o comportamento, é uma doença nova", explica.
76% dos casos se concentra em Fortaleza
Do total do Estado, 303 pacientes são de Fortaleza. Isso significa que a Capital concentra 76,3% dos casos. A secretária aponta que é natural que o numero seja maior em Fortaleza pelo contingente populacional.
Embora haja expansão do vírus em 33 municípios, a grande maioria tem um ou dois casos. "Mesmo os grandes, como Sobral, e um município turístico como Jericoacoara, têm dois. Não é uma preocupação alarmante", avalia.
As outras cidades com maiores números são todas localizadas na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF): Caucaia (16), Maracanaú (12), Itaitinga (9) e Eusébio (6).
A maioria dos casos continua se apresentando em homens. Os 349 pacientes do sexo masculino perfazem 87,9% do total de diagnósticos positivos. Os homens entre 20 e 39 anos concentram 65,49%.
Oito crianças de zero a nove anos também foram identificados com a doença, além de três idosos com mais de 60 anos. Do total, foram confirmados 48 casos em pessoas do sexo feminino. Entre as mulheres, a faixa etária com mais casos é entre 20 e 29 anos, 14 registros.
Sobre o perfil dos pacientes, ela explica que como o surto começou no público masculino, "é natural que se expanda naquele público". Mendes frisa que a monkeypox é uma doença de transmissão por contato. "Já tem casos em mulheres. Os homens fazem parte da cadeia de transmissão mais intensa, mas não exclusivamente", reitera.
Perspectiva de vacinação
Sarah Mendes o Ministério da Saúde não informou oficialmente a pasta sobre a distribuição das vacinas, mas a expectativa é que isso "aconteça o quanto antes". o primeiro lote importado de vacinas contra a Monkeypox, doença que é mais conhecida como varíola dos macacos. A primeira remessa de vacinas, com 9,8 mil doses, desembarcou na terça-feira, 4, no Aeroporto de Guarulhos , em São Paulo.
Segundo o Ministério, cerca de 50 mil doses foram compradas por meio do fundo rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Os próximos lotes estão previstos para serem entregues até o fim de 2022.
"Vai ser feito um protocolo na Fiocruz em alguns centros de imunobiológicos especiais. Não vai está nos postos de saúde, vai ser para um público específico", detalha. Ela prospecta que as orientações "devem estar saindo no máximo no início da semana que vem".
Leia mais