Câncer de mama vitimou mais de 2.500 mulheres no Ceará desde 2019

Número de mortes passou por uma redução entre os anos de 2019 e 2021. Em 2022, 435 mulheres morreram no Estado devido à doença

Os casos de câncer de mama seguem como uma das principais preocupações dos órgãos de saúde em todo planeta. Desde o último ano, a doença se tornou o câncer com maior ocorrência global, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Ceará, 2.578 mulheres morreram em decorrência de câncer de mama, desde 2019.

De acordo com os números do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), disponibilizados pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), até o último dia 2 de setembro, 435 mulheres já morreram vítimas da doença, somente em 2022.

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O número de óbitos apresentou queda durante os últimos anos. Em 2019, 758 mortes foram registradas. Já em 2020, 713 mulheres morreram vítimas do câncer. Por fim, em 2021, 672 morreram.

Nesta semana, durante o lançamento da programação em alusão à campanha de conscientização pelo diagnóstico precoce do Câncer de Mama, Outubro Rosa, por parte da Sesa, o titular da pasta Carlos Hilton destacou que a luta contra a doença é vista como uma grande ação global.

"O outubro é rosa em todo o mundo. Milhões de pessoas no planeta morrem por câncer de mama, no Brasil estamos perto de 60 mil mulheres (acometidas pela doença)", destacou.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estimam-se 66.280 casos novos de câncer de mama, no País, para cada ano do triênio 2020-2022. Para o Ceará, durante o mesmo período, havia a estimativa de 2.510 casos novos de câncer de mama feminina para cada ano.

De acordo com os dados da Sesa, em 2020 foram realizados 2.061 diagnósticos de câncer de mama no Estado. Já em 2021, o número chegou a 2.197. Apesar dos números estarem abaixo da estimativa do Inca, o oncologista Adriano Veras já havia adiantado ao O POVO que a redução poderia estar relacionada à baixa procura por exames.

Para o secretário da Saúde do Ceará, todo o sistema de saúde foi afetado de maneira direta e indireta pela pandemia da Covid-19. "Indiscutivelmente, a área da oncologia foi uma das mais impactadas, tanto pelo sistema, que esteve concentrado na pandemia, quanto pelas pessoas, que se afastaram entre si e do sistema de saúde."

Em âmbito nacional, de acordo com o Inca, os números de casos e mortes de câncer de mama estão defasados, pois a atualização mais recente dos números do DATASUS é do ano de 2020.

Levando em consideração os dados nacionais do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), em dez anos, entre 2011 e 2020, mais de 157 mil mulheres morreram de câncer de mama no Brasil.

Câncer de mama: iluminação e conscientização na Capital

Para difundir a ideia da prevenção ao câncer de mama em Fortaleza, a Prefeitura iluminou de rosa diversos pontos da Capital, como pode ser verificado durante a noite na Praça Portugal.

De acordo com a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), mais de dez pontos de Fortaleza receberam a iluminação alusiva à campanha, sendo eles: Hospital da Mulher, Paço Municipal, Estátuas de Iracema (Beira-Mar e Volta da Jurema), Jangadinha (Beira-Mar), Centro Cultural Belchior, Praça Portugal, Sede da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), Casa do Barão de Camocim, Sede da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), Praça do Cristo Redentor e Vila das Artes.

De acordo com Léa Dias, assessora técnica da área da Saúde da Mulher em Fortaleza, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) irá ampliar a oferta de mamografias para cerca de 4 mil exames durante o mês de outubro, o que representa um acréscimo de 60 exames realizados por dia na Capital.

Léa explica que a Prefeitura busca zerar as filas de espera por uma mamografia em Fortaleza durante o mês de outubro. Até o último dia 6, cerca de 5 mil pessoas ainda aguardavam atendimento. A assessora técnica destaca a importância da difusão da ideia de prevenção.

"O câncer, de forma geral, ainda é um tabu, principalmente para a população mais velha. A campanha é uma forma de mostrar a importância da mamografia e do rastreamento desses casos."

Já Cristhina Brasil, coordenadora executiva da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Mulheres da Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social de Fortaleza (SDHDS), destaca que as ações municipais estarão presentes em diversos setores da sociedade.

"Temos eventos na OAB, na Casa da Mulher Brasileira, nos Cras, Creas e Centros Pop. Tiramos as dúvidas, fazemos a demonstração do toque na mama", explica. Por fim, a coordenadora destaca que, além das ações externas já citadas, todas as secretarias de Fortaleza executam demandas de conscientização interna.

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