Ceará tem redução de 8,4% no número de homicídios neste ano
De janeiro a setembro, 2.238 assassinatos foram registrados no Estado, enquanto, no mesmo período do ano passado, esse número era de 2.444O número de homicídios registrado no Estado no último mês de setembro caiu 16,94% na comparação com setembro do ano passado. Enquanto no mês passado 250 assassinatos foram registrados no Ceará, em 2021, esse número era de 301. Os dados foram divulgados nessa quarta-feira, 5, pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
O resultado consolidou a redução geral de assassinatos ocorridos no ano: de janeiro a setembro de 2022, foram computados 2.238 Crimes Violentos Letais e Intencionais no Ceará (CVLIs). Em 2021, no mesmo período, esse número era de 2.444.
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Em entrevista a O POVO, o secretário Sandro Caron avaliou que a redução é resultado do fortalecimento do sistema “como um todo”. Ele mencionou que a posse de 490 novos policiais civis, em junho último, permitiu aumentar o efetivo em “unidades estratégicas” da corporação, como o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e Departamento de Inteligência Policial (DIP).
O acréscimo, ele afirma, aumentou a capacidade de investigação e inteligência no Estado, proporcionando o aumento de prisões de pessoas envolvidas em casos de homicídios e lideranças de grupos criminosos — as chamadas prisões qualificadas.
Com relação à Polícia Militar, Caron lembrou da inauguração de algumas bases do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) no Interior e na atuação do recém-criado Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copacs), com foco no patrulhamento comunitário e de proximidade.
Apesar da redução geral, algumas regiões do Estado não obtiveram o mesmo resultado. A situação mais crítica é na Área Integrada de Segurança (AIS) 3, região da Capital que engloba bairros como Messejana, Jangurussu e Conjunto Palmeiras. Lá, o aumento no número de homicídios no acumulado do ano é de 47,05%, tendo saído de 102 CVLIs em 2021 para 150 neste ano.
Caron disse que a AIS 3 tem recebido intervenções visando a melhora dos índices. Ele disse que a região conta com uma força-tarefa da Polícia Civil para investigação de crimes. “A maior estrutura de investigação de homicídios do Estado é na AIS 3”, afirmou.
Com relação ao patrulhamento ostensivo, ele contou que a AIS 3 recebeu uma base do COPAC e irá receber uma base do CPRaio. Além disso, a pasta trabalha para entregar estruturas semelhantes na AIS 2 (que tem bairros como Bom Jardim e Conjunto Ceará) e na Região Metropolitana de Fortaleza.
Os dados da SSPDS mostram que a esmagadora maioria dos CVLIS é caracterizada como homicídio doloso: 2171. Também foram registrados 21 feminicídios, 14 lesões corporais seguidas de mortes e 32 latrocínios.
Além disso, 115 mortes decorrentes de intervenção policial foram registradas, assim como duas mortes em unidades prisionais, delegacias e centros socioeducativos — estes dois tipos de ocorrência não são computadas no total de CVLIs.