Lista aponta 3 mamíferos e 4 tartarugas marinhas ameaçadas de extinção no Ceará
Levantamento integra a Lista Vermelha da Sema, que servirá como um instrumento para a elaboração de políticas de preservação específicas para as espécies em risco no EstadoNo Ceará, três mamíferos e quatro tartarugas marinhas estão ameaçadas de extinção. O cenário foi observado através da Lista Vermelha dos animais desta categoria, divulgada pela Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema) nesta quarta-feira, 5. O levantamento é um trabalho da equipe do programa Cientista Chefe Meio Ambiente, da Sema e da Superintendência do Meio Ambiente do Ceará (Semace).
Das 25 espécies de mamíferos marinhos presentes no Ceará, o que estão em alerta são: O boto-cinza (Sotalia fluviatilis), que encontra-se na categoria “Em Perigo” e a baleia cachalote (Physeter macrocephalus), que consta como “Vulnerável”. Além deles, a espécie mais preocupante é o peixe-boi-marinho (Thrichechus manatus), que foi definido como “Criticamente em Perigo”.
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As espécies de tartarugas, por sua vez, são a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), classificada como “Criticamente em Perigo”, tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), como “Em Perigo”, tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-cabeçuda, ambas na situação de “Vulnerável”.
A Lista Vermelha divide as espécies cearenses em categorias que abrangem desde a que já está extinta àquela que está vulnerável ou criticamente em perigo de desaparecer da fauna do Estado.
De acordo com o Hugo Fernandes, pesquisador da Universidade Estadual do Ceará (Uece), coordenador de mamíferos da Lista Vermelha de Fauna Ameaçada do Ceará, integrante da equipe de especialistas do programa da Sema, a lista, apesar de criada em 2015, só foi efetivada, de fato, em 2018 quando migrou para Sema.
“A gente fez um inventário da fauna do Ceará. Com o inventário em mãos, a gente começou trabalhar os dados biológicos, ecológicos, geográficos e de ameaças associadas junto com uma tabela, que é uma tabela de parâmetros nacional e internacional, de avaliação de espécies ameaçadas”, disse Hugo.
Ainda segundo o pesquisador, com apoio dos demais especialistas, o Estado, por meio da Sema, já tem publicado a Lista Vermelha dos mamíferos terrestres, aves, anfíbios e répteis ameaçados de extinção no Ceará, e agora dos mamíferos marinhos. As listas foram divulgadas ainda neste ano pela pasta ambiental.
Conforme a Sema, a iniciativa é um marco divisor para a Ciência e a Conservação Ambiental do Ceará. “Esse é um passo fundamental para indicar que espécies devem ser priorizadas em termos de ações políticas, manejo e pesquisas científicas que possam diagnosticar e solucionar os impactos ambientais que ameaçam nossa fauna silvestre”, disse a pasta.
O titular da Sema, Artur Bruno, destaca que mesmo sem a criação e divulgação das listas vermelhas, outras iniciativas para a preservação dos animais eram pensadas. “Temos parcerias com ONGs que tratam a proteção animal, com cursos sobre a fauna silvestre e instruções para os municípios”, citou.
Ainda segundo o secretário, a expectativa é que em 2023 o Estado tenha os planos de ações para a proteção dos animais. "Vamos ter para cada espécie ameaçada um plano específico de preservação daquela espécie até com a possibilidade de clonagem de animais silvestres", informa.
O primeiro produto desenvolvido pelo projeto foi o inventário da fauna, lançado em 2021. O documento reúne as espécies existentes no Estado. Os pesquisadores catalogaram 128 mamíferos terrestres e 25 marinhos, 443 aves, 133 répteis, 57 anfíbios, além de 102 peixes continentais e 400 marinhos.
Os próximos passos são a divulgação do livro vermelho dos animais, contendo todas as listas e a elaboração de planos de ações acerca da proteção dos animais.