Ceará tem 87 das 100 melhores escolas públicas do Brasil no ensino fundamental

Estado possui as melhores notas da região Nordeste no Ensino Fundamental, mas no Ensino Médio ficou abaixo da média projetada

20:25 | Set. 16, 2022

Por: Mirla Nobre
ENSINO Fundamental do Ceará foi destaque no Brasil (foto: FABIO LIMA)

O Ceará tem 87 escolas públicas entre as 100 melhores do Brasil nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021 divulgado nesta sexta-feira, 16, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

A instituição com maior nota do Brasil (9,9) no índice foi a Escola de Ensino Fundamental Francisca Diogo Gomes, localizada em Massapê, a 240 quilômetros de Fortaleza. A segunda colocada foi a Escola Municipal Antônio Silvano Balacó, em Pires Ferreira, na região Norte do Estado.

O Ceará também se destaca em relação no desempenho dos anos finais, do 6º ao 9º ano. Das 10 melhores escolas com as melhores notas, oito são cearenses. A maior nota do Ideb 2021, com 9,1, é da Escola de Ensino Fundamental Joaquim José Monteiro, em Cruz, a Norte do Estado.

A segunda posição ficou em destaque para o Centro de Educação Infantil e Fundamental (CEIF) Edval Araujo da Silva, com nota de 8,9 no índice. “No Ceará, seguimos comprometidos com o foco na recomposição das aprendizagens. A educação do Ceará será sempre nossa prioridade”, escreveu a governadora Izolda Cela em publicação nas redes sociais.

Veja a lista das 10 melhores escolas do Brasil no Ideb 2021

  • Escola de Ensino Fundamental Francisca Diogo Gomes, em Massapê, Ceará
  • Escola Municipal Antônio Silvano Balacó, em Pires Ferreira, Ceará
  • Centro Educacional Rural, em Pires Ferreira, Ceará
  • Escola Municipal José Alves de Sena, em Ararendá, Ceará
  • Escola Municipal José Eneas Pinheiro, em Milhã, Ceará
  • Escola Municipal Prefeito Raphael Cláudio de Araújo, em Mucambo, Ceará
  • Escola Municipal Joaquim José Monteiro, em Cruz, Ceará
  • Escola Municipal Macário José de Farias, em Cruz, Ceará
  • Escola Municipal Francisco Ricardo da Silva, em Mucambo, Ceará
  • Escola Municipal Maria Vânia Farias Linhares, em Mucambo, Ceará

No Ensino Médio, a rede pública cearense subiu mais uma posição no ranking nacional do Ideb. Com nota 4,4, o estado atingiu o 3º lugar, empatado com Pernambuco, Espírito Santo e São Paulo, ficando atrás apenas de Paraná (4,6) e Goiás (4,5).

Avaliação

A média do Ideb é obtida a partir das proficiências médias em Língua Portuguesa e Matemática alcançadas na Prova Brasil ou no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

A nota é utilizada como um indicador fundamental da qualidade educacional do País desde 2005. Em 2007, entraram em vigor metas a serem alcançadas a cada nova edição, divulgada a cada dois anos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

As avaliações do Saeb foram aplicadas entre novembro e dezembro do ano passado, ainda no período da pandemia da Covid-19. Na época, muitas escolas públicas do país ainda não estavam realizando atividades 100% presenciais ou haviam acabado de promover este retorno.

Em nota, a organização não governamental Todos Pela Educação explicou que o período da avaliação impactou na taxa de participação dos alunos na avaliação, que foi baixa, principalmente na porcentagem de participação dos estudantes de baixo nível socioeconômico das áreas mais remotas e periféricas, aqueles que abandonaram a escola no ano letivo.

No Saeb, conforme o Inep, a taxa de participação foi de 76,6% entre alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, sendo que foi de 85,0% em 2019. Entre os alunos do 9º ano, foram 73,2%, sendo que em 2019, a participação foi de 81,3% No 3º ano do Ensino Médio, a participação foi 61,4%. Em 2019, a taxa foi 75,6%.

Conforme a entidade, taxas de participação mais baixas podem significar uma seleção dos estudantes avaliados, ainda que feita de forma não intencional pelas secretarias de Educação e escolas. Ainda segundo a entidade, há um alerta em relação às taxas de aprovação.

“A principal questão a ser considerada é que as redes de ensino lidaram de forma distinta com a aprovação dos alunos na pandemia. Seguindo diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE), algumas redes implementaram uma política de aprovação de todos os seus estudantes, enquanto outras não trilharam esse caminho”, alertou.

Ainda segundo a entidade, as instituições que aprovaram automaticamente os alunos viram um salto no seu indicador de fluxo escolar que compõe o Ideb, ainda que de forma distorcida, por conta da situação atípica vivida. A principal alerta referente aos resultados do Ideb e Saeb na educação pública é que é necessário cautela nas análises.