Ministério Público denuncia promotor de Justiça por homicídio qualificado

Promotor Antônio Ricardo Brígido Nunes Memória alega que matou homem por ciúme de relacionamento de 1977

Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) denunciou um promotor de Justiça Antônio Ricardo Memória pelo homicídio de Durval Carvalho, na noite de quinta-feira, 1º. Houve a conclusão do Procedimento Investigatório Criminal conduzido por uma comissão formada por três procuradores de Justiça. Antônio Ricardo alega que matou, no dia 18 de agosto deste ano, por ciúme de relacionamento de 1977.

Ricardo Memória foi denunciado pelo crime de homicídio qualificado, utilizando arma de fogo, por motivo fútil e pelo uso de recursos que dificultaram/impossibilitaram a reação de defesa da vítima. E ainda com incidência da causa de aumento de pena correspondente à idade avançada da vítima.

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A denúncia foi oferecida ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) após conclusão do Procedimento Investigatório Criminal conduzido por uma comissão formada por três procuradores de Justiça.

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Entenda o caso

Na última quinta-feira, 18, Memória foi preso em flagrante pelo assassinato do comerciante Durval César Leite de Carvalho, de 72 anos. O promotor entrou na casa de Durval, no bairro Cidade dos Funcionários, e o atingiu com dois tiros de revólver. A vítima estava diante dos familiares. A motivação, segundo a defesa do promotor, teria sido por ciúmes em razão de um relacionamento que ele [comerciante] teve com a esposa do promotor, em 1977.

As explicações sobre o caso foram dadas em depoimento na sexta-feira, 26 de agosto, na Procuradoria Geral de Justiça, no bairro Cambeba, em Fortaleza. Conforme a versão, na época, o promotor e a mulher, haviam terminado o namoro, e ele encontrou Durval na casa dos pais dela. Os dois (Ricardo e esposa) reataram o namoro e, posteriormente, casaram.

Durante 45 anos, Ricardo Memória permaneceu "remoendo a situação" e depois de quatro décadas foi tirar satisfação com Durval, na casa dele, na Cidade dos Funcionários. As informações sobre o depoimento foram repassadas pelo advogado de Ricardo, Walmir Medeiros.

Conforme o advogado, em 1977, Ricardo namorava há três ou quatro anos, mas traiu a namorada com uma prima. Ela descobriu tudo e terminou o relacionamento. Neste período, a mulher, que tinha entre 17 e 18 anos, conheceu Durval.

Ricardo estava namorando com a prima, mas foi até a casa dos pais da ex-namorada e encontrou Durval em um carro Karmann-ghia, um automóvel esportivo na época. A situação causou ciúmes.

Sempre que o promotor de Justiça via Durval em restaurantes, ele ficava transtornado. Ricardo fez um tratamento psiquiátrico durante dez anos e relembrava a situação aos médicos. Há dois anos, conforme o advogado Walmir Medeiros, o promotor foi internado após tomar doses excessivas de medicamentos.

Memória foi detido ainda no dia do crime, 18 de agosto. Na sexta-feira, 19 de agosto, em audiência de custódia, a prisão do homem foi convertida de flagrante para preventiva. Minutos após o assassinato, Memória chegou a fugir, mas acabou capturado por policiais militares na avenida Desembargador Gonzaga, no mesmo bairro onde aconteceu o homicídio de Durval.

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