Brasil alcança "ouro perfeito" com cearense que gabaritou torneio de exatas internacional
Os estudantes que representam o Brasil nas competições foram selecionadas entre os melhores estudantes de exatas do País; todos são vencedores da Olimpíada Brasileira de MatemáticaJovens cearenses têm alçado voo rumo às medalhas na temporada das Olimpíadas de Matemática internacionais de 2022. Com resultados recordes em torneios de exatas, ocorridos neste mês de agosto, a delegação brasileira trouxe para casa mais duas conquistas importantes: país campeão na Olimpíada do Cone Sul, com quatro medalhas, e recorde de premiações individuais na International Mathematics Competition for University Students (IMC), com 46 medalhas.
Na Cone Sul, o cearense Matheus Alencar de Moraes, de 15 anos, conquistou o chamado “ouro perfeito”, que significa gabaritar a prova, levando a primeira das quatro medalhas que garantiram ao Brasil o topo do pódio na classificação por países.
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As delegações que representam o Brasil nas competições foram selecionadas entre os melhores estudantes de exatas do País, e todos são vencedores da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). Na Cone Sul, a equipe era composta por quatro competidores, sendo um deles cearense. Já na IMC, entre as diversas instituições de ensino brasileiras que participaram da competição, dois medalhistas são do Estado.
A Cone Sul, consagrada uma das principais competições latino-americanas e que ocorreu nesta edição no Chile, contou com a participação de 32 estudantes de oito países, entre os dias 4 e 9 de agosto.
Matheus Alencar, o cearense que conquistou o "ouro perfeito", é estudante do ensino médio e vive em Fortaleza. Ele conta que já tinha participado de outras duas olimpíadas internacionais antes da Cone Sul deste ano, a Rioplatense de 2019 e a Cone Sul de 2021, que foi realizada de forma on-line devido à pandemia da Covid-19.
“Sempre acho muito divertido me desafiar com problemas novos e conhecer pessoas de outros países que têm interesses como os meus! Pretendo ir para outras internacionais ainda, meu objetivo principal é ir pra IMO, que é a maior olimpíada de matemática do mundo”, destacou o estudante.
Para ele, é motivo de felicidade poder trazer medalhas para casa, elas sempre são celebradas pela família e pela escola onde estuda.
“Para mim, as medalhas representam o quão longe eu consegui chegar, pensando em todo o caminho que passei, e me dão esperança de que posso chegar mais longe ainda. Elas me fazem nunca perder a vontade de continuar”, disse.
E não é a primeira vez que o País alcança essa conquista na competição, jovens de diferentes estados chegaram ao "ouro perfeito" nos últimos anos. Porém, a última vez que um cearense recebeu uma medalha de ouro na Cone Sul foi em 2010, mas não há registros de que o estudante em questão teria gabaritado a prova, segundo a Associação Olimpíada Brasileira de Matemática (AOBM).
Preparação para os torneios
A preparação para concorrer aos torneios foi longa e demandou um trabalho em equipe. Antes de partirem para os torneios, os alunos receberam um treinamento intensivo oferecido pela Associação Olimpíada Brasileira de Matemática (AOBM) e pela Giant Steps, maior gestora quantitativa da América Latina, além de aulas específicas para competições internacionais com professores especializados em problemas de olimpíadas.
No entanto, segundo Matheus, o treino dele não era tão exaustivo ou diferente assim. Ele começou a se preparar para a Cone Sul na metade do ano passado e estudava todos os dias, mas somente enquanto sentisse que o estudo estivesse rendendo, o que ele considera importante para não se desgastar.
O estudante não foi o único brasileiro a se destacar nesse torneio. O Brasil ainda alcançou um segundo ouro, que ficou com Leonardo Maldonado, de Sorocaba (SP), e as duas pratas foram para João Pedro Bandeira Lemos e Gabriel Bastos Duarte, ambos de Recife (PE).
Outras competições
Na IMC, o Brasil também foi destaque e quebrou o próprio recorde na competição, que era de 44 medalhas, conquistadas em 2021. Este ano, das 46 medalhas, nove são de ouro (First Prize), 12 de prata (Second Prize) e 25 de bronze (Third Prize), além de 19 Menções Honrosas.
A IMC é a maior competição para estudantes universitários e recebe os mais destacados graduandos em matemática e ciências afins de todo o mundo. O evento deste ano aconteceu na Bulgária, entre os dias 1º a 7 de agosto, em formato híbrido, e teve a participação de 667 estudantes.
O Ceará não ficou de fora das conquistas da IMC e levou duas medalhas de bronze pelo desempenho dos estudantes Rafael Fernandes Moura, da Universidade Federal do Ceará (UFC), e Ramyro Corrêa Aquines, do Centro Universitário Farias Brito (FB Uni).
Também foram premiados estudantes de instituições brasileiras como USP, Unicamp, ITA, IME, FGV-Rio, PUC-RJ, UFBA, UFRJ, UFABC, UFPE e UFAL.
Vale ressaltar que, em julho, o Brasil já havia alcançado outro recorde histórico na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO). Pela primeira vez, a delegação brasileira conquistou duas medalhas de ouro em uma mesma edição da competição, além de uma prata e duas bronze.