Empresas de fachada: mandados são cumpridos em Fortaleza, Eusébio e Juazeiro

A terceira fase da operação Skotos cumpre mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira, 30, no Ceará e outros estados

10:51 | Ago. 30, 2022

Por: Levi Aguiar
Operação da Receita Federal combate sonegação fiscal, fraude em licitação e lavagem de dinheiro com empresas de fachada (foto: Reprodução/Polícia Federal)

Empresas de fachada no Ceará são investigadas pela Receita Federal, Polícia Federal e o Ministério Público Federal. As atividades identificadas são de sonegação fiscal, fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Fortaleza, Eusébio e Juazeiro do Norte, envolvendo empresas de fachada no ramo da energia elétrica a partir da luz solar. Em sua terceira fase, a Operação Skotos cumpre mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira, 30.

Além de municípios no Ceará, ações ocorrem em: Campinas (SP), Indaiatuba (SP), Sumaré (SP), Valinhos (SP), Bragança Paulista (SP), Vargem (SP), Vargem Grande Paulista (SP), Itatiba (SP), São Paulo (SP), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Palmas (TO) e Araguaína (TO) e em Brasília (DF).  Estão sendo cumpridos 28 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios dos investigados.

Operação Skotos

 

A primeira fase da Operação foi deflagrada em maio de 2021. Na época, foi constatado que um grupo econômico da região de Campinas/SP teria utilizado empresas de fachada e pessoas físicas falsas para movimentar recursos decorrentes de crimes financeiros e sonegação fiscal. A ação desta terça-feira está situada na terceira fase da Skotos. 

Com a análise do material apreendido nas buscas e o aprofundamento das investigações, foi verificado que os envolvidos teriam passado a atuar no ramo da exploração de energia fotovoltaica (energia elétrica produzida a partir de luz solar), participando, por meio de empresa de fachada, de processos licitatórios para a concessão de parques para a instalação de usinas de energia solar.

Os direitos adquiridos em decorrência dos leilões vencidos foram posteriormente comercializados, gerando cerca de R$ 150 milhões. Grande parte do dinheiro arrecadado foi direcionada a empresas de fachada, que teriam adquirido cerca de R$ 47 milhões em bens de luxo.

Estima-se, de acordo com a Polícia, que tenham sido sonegados R$ 30 milhões em tributos federais nessas operações. Foram iniciados novos procedimentos fiscais na deflagração da operação. Skotos, em grego, significa escuridão. O nome da operação é uma alusão à interrupção, pelos órgãos de controle, da prática de fraudes no setor de energia.