Monkeypox: primeiro caso em mulher é confirmado no Ceará

A paciente tem 36 e reside na Zona Rural do município de Russas. Estado soma 60 pacientes diagnosticados com a doença, sendo 59 homens.

17:04 | Ago. 29, 2022

Por: Ana Rute Ramires
Cidades do Ceará com mais casos são localizadas na Região Metropolitana de Fortaleza (foto: AGPhotography/Adobe Stock)

O Ceará chegou a 60 casos confirmados de Monkeypox. O primeiro caso da doença em uma mulher consta em atualização desta segunda-feira, 29, conforme o Painel de Monitoramento de Casos de Monkeypox do IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). A paciente tem 36 anos e é da Zona Rural do município de Russas. 

A paciente já cumpriu o isolamento e não está mais transmitindo o vírus, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Russas. Ela deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h de Russas, no dia 8 de agosto, após três dias ao início dos sintomas, apresentando lesões características da doença, com relato de febre. 

"Observado o quadro clínico sugestivo a médica atendente realizou a notificação para Monkeypox à Secretaria Estadual de Saúde do Ceará (Sesa), prestando todas as orientações de isolamento conforme nota técnica vigente", informa a pasta municipal.

No mesmo dia, o material para confirmação ou descarte laboratorial foi coletado e enviado ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen). O resultado positivo foi confirmado no dia 26 de agosto.

Estado já registrou 578 notificações da doença, mas 257 já foram descartadas. Outros 239 casos ainda estão em investigação. A maior parcela dos pacientes (38) é de Fortaleza, perfazendo 76,6% do total.

Os outros municípios com casos são Maracanaú (2), Caucaia (2), Russas (2), Sobral (2), Barbalha (1), Eusébio (1), Itaitinga (1), Jijoca de Jericoacoara (1), Pacajus (1). Um caso é de paciente do Estado do Piauí. 

Veja número de casos por faixa etária 

O que sabemos sobre a doença

Como é transmitida?

- Principalmente por meio do contato direto pessoa a pessoa (pele, secreções) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias;

- Fluidos corporais (tais como pus, sangue das lesões), contato com alguma lesão ou contato indireto com o material da lesão;

- Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva;

- Também pode ocorrer no contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama, talheres e pratos, que foram contaminados com o vírus por uma pessoa doente.

Como se prevenir?

- Evitando contato com pessoas com caso suspeito e objetos que essas pessoas tenha usado;

- Lavar regularmente as mãos com água e sabão ou utilizar álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada.

Quais os principais sintomas?

- A doença tem período de incubação pode variar de 5 a 21 dias;

- O estágio febril da doença geralmente dura de 1 a 3 dias (febre, dor de cabeça intensa, inchaço dos gânglios linfáticos (ínguas), dor nas costas, dor muscular e falta de energia, calafrio, fraqueza);

- O estágio de erupção cutânea, com duração de 2 a 4 semanas (lesões evoluem de máculas — lesões com base plana — para pápulas — lesões dolorosas firmes elevadas).

Qual a gravidade da varíola dos macacos?

- Além de transmissão menor, a letalidade da varíola dos macacos também é bem menor em comparação à varíola humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade da doença surgida mais recentemente é de 3% a 6%. A mortalidade da varíola humana chegava a 30%, conforme o órgão.

- Em geral, os pacientes tomam remédios apenas para tratar os sintomas como dor de cabeça e febre. Casos mais graves podem ocorrer em gestantes, idosos, crianças e pessoas que têm doenças que diminuem a imunidade.

Existem vacinas disponíveis que protegem contra a doença?

- As vacinas contra varíola comum (humana) podem conferir alguma proteção contra a varíola dos macacos. Com a erradicação da doença no mundo, em 1980, a vacina deixou de ser aplicada. Pessoas que foram vacinadas há mais de 40 anos contra a varíola humana ainda podem ter alguma proteção;

- Alguns países da Europa e da América do Norte já começaram a vacinar alguns grupos populacionais. O Ministério da Saúde informou que está contato com entidades ligadas à Organização Mundial da Saúde (OMS) para adquirir o imunizante.