Três internos do sistema prisional estão com suspeita de Monkeypox no Ceará
Os internos com sintomas suspeitos da doença foram isolados. Visitas familiares e atendimentos jurídicos serão suspensos por 21 dias no UPPOO II, como medida preventivaTrês internos do sistema penitenciário cearense estão com suspeita de Monkeypox. Conforme O POVO apurou, três homens com sintomas da doença já foram isolados e a investigação dos casos está em curso. As Secretarias da Saúde do Ceará (Sesa) e da Administração Penitenciária (SAP) confirmaram que há casos suspeitos.
Os internos cumprem pena na Unidade Prisional Professor Olavo Oliveira II (UPPOO II), localizado no município de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza. As pastas informaram que as visitas familiares e os atendimentos jurídicos foram suspensos por 21 dias, prazo de isolamento dos detentos suspeitos, como medida preventiva.
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A SAP comunicou a Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Sevig) da Sesa, que orientou sobre a necessidade de coleta de amostras para exame laboratorial, que já está sendo realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Conforme nota conjunta enviada pelas pastas, os internos na UPPOO II que compartilhavam cela com os suspeitos seguem em observação, visto que não apresentam sintomas da doença.
Nesta quinta-feira, 25, ocorreu reunião com a vigilância epidemiológica da Sesa, Lacen, corpo de Saúde da SAP, coordenação do sistema prisional e juízes das Varas de Execuções Penais. No encontro, foi deliberada a suspensão das visitas.
O Ceará tem 47 casos confirmados da Monkeypox e outros 208 ainda seguem em investigação, conforme atualização divulgada nessa quarta-feira, 25, pela Sesa. Todos os pacientes são do sexo masculino e têm idades entre 18 e 49 anos.
Superlotação
Conforme dados disponibilizados no site da Secretaria da Administração Penitenciária, o quantitativo de internos no UPPOO II é de 1.881 internos do sexo masculino. Dados se referem ao período de 1 a 31 de julho, com base no Núcleo de Informações Penitenciárias - NIP, que utiliza informações repassadas pelas Unidades Prisionais.
Contudo, a capacidade da unidade é de 1.224 internos, conforme tabela disponibilizada no mesmo site. A superlotação e as condições estruturais de uma população são fatores de preocupação no que se refere à transmissão de doenças infecciosas.
Segundo um ex-diretor da unidade, a unidade foi projetada inicialmente para 496 internos. "Depois fizeram Camas de cimento sobrepostas e dizem que ampliaram as vagas. Mas é uma ampliação que não contempla a estrutura da unidade em nada. Está com 4x mais a capacidade original praticamente", avaliou.
O que sabemos sobre a doença
Como é transmitida?
- Principalmente por meio do contato direto pessoa a pessoa (pele, secreções) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias;
- Fluidos corporais (tais como pus, sangue das lesões), contato com alguma lesão ou contato indireto com o material da lesão;
- Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva;
- Também pode ocorrer no contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama, talheres e pratos, que foram contaminados com o vírus por uma pessoa doente.
Como se prevenir?
- Evitando contato com pessoas com caso suspeito e objetos que essas pessoas tenha usado;
- Lavar regularmente as mãos com água e sabão ou utilizar álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada.
Quais os principais sintomas?
- A doença tem período de incubação pode variar de 5 a 21 dias;
- O estágio febril da doença geralmente dura de 1 a 3 dias (febre, dor de cabeça intensa, inchaço dos gânglios linfáticos (ínguas), dor nas costas, dor muscular e falta de energia, calafrio, fraqueza);
- O estágio de erupção cutânea, com duração de 2 a 4 semanas (lesões evoluem de máculas — lesões com base plana — para pápulas — lesões dolorosas firmes elevadas).
Qual a gravidade da varíola dos macacos?
- Além de transmissão menor, a letalidade da varíola dos macacos também é bem menor em comparação à varíola humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade da doença surgida mais recentemente é de 3% a 6%. A mortalidade da varíola humana chegava a 30%, conforme o órgão.
- Em geral, os pacientes tomam remédios apenas para tratar os sintomas como dor de cabeça e febre. Casos mais graves podem ocorrer em gestantes, idosos, crianças e pessoas que têm doenças que diminuem a imunidade.
Existem vacinas disponíveis que protegem contra a doença?
- As vacinas contra varíola comum (humana) podem conferir alguma proteção contra a varíola dos macacos. Com a erradicação da doença no mundo, em 1980, a vacina deixou de ser aplicada. Pessoas que foram vacinadas há mais de 40 anos contra a varíola humana ainda podem ter alguma proteção;
- Alguns países da Europa e da América do Norte já começaram a vacinar alguns grupos populacionais. O Ministério da Saúde informou que está contato com entidades ligadas à Organização Mundial da Saúde (OMS) para adquirir o imunizante. (Colaborou Cláudio Ribeiro e Demitri Túlio/ com agências)
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